!> !> Pulmão Cabeludo
Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.


























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Antigo blog do pulmao




























Pulmão Cabeludo
Alea jacus est
terça-feira, dezembro 31, 2002
Onde esse mundo vai chegar? E quem se interessa aonde? Voc�, por acaso, estar� l�?

Hoje em dia, para se fazer qualquer coisa, tem que ter um motivo, uma raz�o, uma finalidade, uma utilidade:

"Estou aprendendo m�sica para desenvolver o lado direito do c�rebro."

"Bebo azeite de oliva porque faz bem para o cora��o"

"Leio Homero porque � um cl�ssico, pois atravessa o tempo." (Ent�o a burrice e o mal gosto tamb�m � cl�ssica)

"Sou bom para ir para o c�u." (Detalhe chupado do Monti Pyton: no c�u � natal todo dia)

Porque n�o:

Como para cagar:

Fico acordado para dormir

Bebo para mijar

Transo para perder peso

8:59 PM


domingo, dezembro 29, 2002
Pulm�o Cabeludo, ensinando a viver melhor

O prazer mais extremo que um homem pode ter �, ap�s preencher a bunda de uma gostosa com o mais puro licor de coco, chut�-la com o peito do p�. Um prazer realmente insuper�vel.

Se voc� for fil�sofo, e quiser se destacar na polidez da palavra, pode se dirigir da seguinte forma:
�S�i daqui sua mambembe, voc� n�o passa de um corpo�.

Filosofia
Dualismo descartiano aplicado �s mulheres

A alma da mulher � a face. A bunda, o corpo.

A educa��o sexual, tal qual � ensinada nas escolas, n�o serve para nada. Ensinamentos importantes s�o preteridos, por exemplo:

Li��o 1

1.0 Antes do sexo anal, confirme se sua parceira est� em dia com o verm�fogo.

Li��o 2

Para as meninas:

2.1 Fa�a sexo anal apenas com o homem que ama.
2.2 Nunca engula porra de estranhos, s� de quem ama.
2.3 Fique esperta para evitar que o penis "espirre" na garganta. Voc� pode engasgar.
2.4 Antes do cuzete, vulgo "beijo negro", fa�a uma lavagem bem feita no seu anel de couro. Dentre todos os sabonetes mais indicados, Dove � o primeiro da lista.


8:08 PM



Agora � s�rio

Estou com muito medo do Pazuzo, dem�nio sumeriano, que amaldi�oou e ainda amaldi�oa muita gente. N�o sei o que fa�o, estou desesperado. Suponho at� que ele j� perambula sobre minha pobre aura. Ser� conveniente convocar o deus uga-buga e sair girando em c�rculos gritando uga-buga at� a situa��o melhorar?

8:00 PM



Evito

Evito a todo custo utilizar de certas palavras e express�es suspeitas:

Listando:

Tend�ncia. (toda tendencia � gay)

"me descobrir."(quer se traveco)

"me encontrar".( quer dar o boga)

"conhecer meu eu profundo". (sexo anal, fio terra, etc.)

"conhecer-se melhor". (perobagem)

"deveras" (intelecual�ide)

"Quero me tornar mais leve" ( ou melhor, camuflar)

A lista � muito extensa e desisti de escrever. Percebi que tinha toda as express�es da lista tinha um conte�do sexual acentuado. N�o gosto de falar sobre sexo. Adoro fazer. A frase anterior � anterior n�o � mentirosa, pois n�o gosto mesmo de falar, gosto muito de escrever sobre sexo, mas n�o de falar sobre sexo. Na verdade gosto mesmo � de sexo oral. Com l�ngua, linguinha e ling�eta.Qualquer pessoa sens�vel de pele me entende. Minha l�ngua, ali�s, � grande e grossa. Mas o que estou falando? N�o falo mais sobre sexo. Nem sobre reprodu��o da esp�cie, orgasmo, porra, buceta, bueiro, flor da madrugada.

Vou falar sobre relacionamento. Tempo atr�s catei uma mina que dormitou em casa. De manh�, ela acordou e estava com um bafo de on�a, horr�vel. Resolveu escovar o dente. Mas como n�o houvesse escova nem pasta, fez minha pica de escova e minha porra de pasta de dente. Seus dentes ficaram limpos, mas o bafo continuou, s� mudando o sabor, agora com um leve toque de am�nia.

Acho que estou emocionado com a estorieta que contei, uma l�grima rola em minha face, "Como sou rom�ntico!", "Ai, Ai, como sou uma pessoa sens�vel!" � por essas e outras que sou pulm�o cabeludo, o ceboludo.


7:47 PM



Reflex�es Profundas

J� faz um tempo. Parei de usar drogas que n�o seja o �lcool. Cheguei a conclus�o (bem adolescente mas por�m verdadeira) que sou louco sem usar droga nenhuma.

Quer ver:

�Dizem que sou louco por pensar assim, mas louco � quem me diz, e n�o � feliz�.
Mutantes

�Vou ficar com certeza maluco beleza�
Raul

�etc, etc�
Pulmaocabeludo

Por exemplo, um tempo atr�s, quando drogado, ficava com uma timidez doentia. Quando ia dizer alguma coisa para algu�m, esse algu�m n�o me entendia. O pior de tudo � que a pessoa me olhava com uma cara estranha e pedia para eu explicar melhor. E eu ficava explicando at� que a pessoa percebia que era uma piadinha, um gracejo. Ent�o a pessoa dava um riso amarelo e exclamava �Ah!�. Constrangido, minha vontade era sumir.

Nesses estados em que altera��o mental me dominava, tudo o que escutava se tornava entediante. Tinha estranha impress�o de que as pessoas eram �bvias e repetitivas, e com pouca curiosidade, al�m de incultas e, ainda por cima, n�o gostavam de pensar. Al�m disso, para piorar, parecia que a maioria das mulheres do mundo eram feias ou freiras. Ent�o tive que resolver logo a quest�o. Depois de muito meditar, conclui que o melhor rem�dio era cerveja, o embelezador universal.

�Bebo para tornar as outras pessoas mais interessantes�. Disse um s�bio fil�sofo. Para falar bem a verdade, estou em tratamento psicol�gico, que consiste em embriagar-se toda noite. Estou me tornando a cada dia que passa uma pessoa mais am�vel e tolerante com as seres humanos. At� agora s� com as gostosas, mas eu chego l�.



7:23 PM



Com emo��o e com fus�o

J� tive que ag�entar muitas coisas na minha vida, como o D�cio Pignatari, semi�tico safado, queridinho da Cultura, me dizer que quem sabe falar e escrever � bil�ng�e. Pensando bem, acho que ele tem raz�o, e esse � exatamente esse meu problema. Quando come�o a escrever come�a sempre a ficar pulando na minha alma um monte de jeito complicado de se escrever e de se falar. O resultado � que perco minha naturalidade.

Tem uma coisa que vou contar aqui pra voc�s, uma coisa muito rid�cula que acontece comigo, um fiasco, algo parecido com o que acontecia com um dos descendentes do homem mais inteligente do Brasil, Ruy Barbosa. Este grande homem, baluarte da cultura brasileira, apesar do seu grande poder de pensamento, gerou um filho muito burro: quando ia a um pa�s estrangeiro, esquecia a sua antiga l�ngua. Bom, agora entra minha parte. Comigo acontece algo bem semelhante. Quando passo muito tempo escrevendo, e depois come�o a falar, falo como se eu estivesse escrevendo, usando express�es pouco usadas na l�ngua falada. Coisa rid�cula de se ver e de se escutar.

7:15 PM


terça-feira, dezembro 24, 2002
Natal

Quem sabe algum dia o mundo seja um lugar realmente bom, cheio de fraternidade e amor.

O Natal �
a semente de esperan�a
o brilho no olhar das crian�inhas
o mist�rio da vida
a magia dos pres�pios encantados
todo sonho concentrado nas bolas de Natal.

E Cristo � luz.
� o grande Sol que d�
luz, brilho, energia.

E o diabo tamb�m � luz.
E a mulher tamb�m.
E o homem tamb�m.
E a luz tamb�m.
E os bichinhos da natureza tamb�m.

Feliz Natal a todo a todo mundo.



8:27 PM


domingo, dezembro 15, 2002
Barbeiros

Ontem mesmo fui ao cabeleireiro. � a sugunda vez que vou nele. Ele n�o se lembrava de mim. Mas falou as mesmas coisas que tinha falado da �ltima vez, dois meses atr�s. N�o sei se foi associa��o pavloviana ou o cara fala as mesmas coisas para todo mundo.

O sujeito era ultraconsevador de primeira, tinha a idade de setenta anos, embora aparentasse cinq�enta. Disse que uma das obriga��es da mulher � estar sempre cheirosa.

Come�ou a certa altura a falar sobre sua filha e na logo na seq��ncia disse que a mulher pensa com o �tero. Deu tamb�m alguns conselhos para mim. O pior � que falava tudo isso com muita seriedade. Disse para n�o transar com uma mulher sem que ela estivesse excitada, porque se a vagina estiver seca, ela sente dor.

Al�m disso, aconselhou-me a ir me masturbar caso a mulher n�o quisesse transar. Pois voc� fica tranq�ilo e n�o atrapalha o relacionamento. Disse mais um monte de barbeiridades.

Fez um longo discurso criticando o imediatismo. Distinguiu entre o ex�tico e o tradicional. Erigiu uma teoria relacionando o pezinho na nuca e o car�ter da pessoa. Pezinho muito alto � coisa de caipira, pezinho baixo � coisa de quem tem complexo de inferioridade. Fiquei chocado, pois nunca soube ao certo o tipo de pezinho que os outros cabeleiros fizeram em mim. Vai que eles quiseram zoar da minha cara, ou melhor, da minha nuca.

O cara era bizarro mesmo. O nome dele, Ulisses. Juro, � tudo verdade. Posso at� passar o endere�o dele para quem quiser.

Antes frequentava um outro que era te�logo. Sempre o encontrava na sinf�nica. Este tinha quase noventa anos, mas aparentava sessenta. Agora estou pensando, seria interessante fazer uma pesquisa sobre o assunto: barbeiros e a longevidade. Ouvi dizer que pintor, n�o de parede, tamb�m vive muito, mas a� j� � boato.

1:45 PM


sexta-feira, dezembro 13, 2002
Machado

A obra liter�ria de Machado de Assis foi dividida em duas fases pelos cr�ticos. O divisor das �guas � o Mem�rias P�stumas de Br�s Cubas. Ao contr�rio de Wells, a segunda � bem melhor que a primeira, que � um lixo. Dos livros de Machado, o melhor s�o os contos, com exce��o de D. Casmurro, e Mem�ria P�stumas. Este �ltimo n�o precisa ser lido do come�o ao fim. Pois os par�grafos s�o bem melhores que o livro.

Dos duzentos contos que Machado publicou ao longo de sua vida, deve ter uns dez ou quinze que valham a pena. Tenho boas recorda��es de O Espelho, Igreja do Diabo, O alienista, A cartomante, Conto Alexandrino.

Mas muitos preferem n�o ler Machado, s� porque ele � mulato. Mas saibam, assim como Micheal Jackson, ele tamb�m tinha vergonha da cor. Sorte que n�o existia pl�stica � �poca.





9:22 PM



R�cula rid�cula

Some times meu esp�rito inventa de me atazanar. Fica jogando na tela da imagina��o cenas indevidas, censuradas. Coisas que fariam corar a buchecha dos p�beres. Um horror. E o pior da baga�a � que n�o tenho como fugir de mim mesmo. Resta-me suportar-me e contorcer-me de vergonha.

Agora, por�m, resolvi a parada. Ganhei o concurso, feito por mim mesmo, do ser mais rid�culo que j� existiu. Onde chego, tudo fica rid�culo, meu modo de falar � rid�culo, minhas roupas s�o rid�culas, minha escrita � rid�cula, at� meu cheiro � rid�culo. E coala-peixe-p�ssaro-mutante � meu �nico senhor.

Caso contr�rio n�o me chamo Pulm�o Cabeludo, o supimpa.

9:08 PM



Mondo bizarro

Um amigo foi convidado a ser papai-noel, desses de loja. Um perigo. Ainda mais em Ribeir�o, que � um forno de cidade. Coitado, vai soar feito um porco debaixo da fantasia. O pior � que ele � um bom sujeito, n�o daria um bom ped�filo, e, portanto, n�o daria um bom papai noel.

Vai que uma criancinha inocente senta no seu colo e bum, o bicho cresce. A� eu quero ver o que ele vai fazer. "� pirulito meu filho, que caiu aqui dentro".

N�o, n�o pegaria uma bico como esse. D� cadeia.

9:00 PM


quinta-feira, dezembro 12, 2002
O que � que me deu na cabe�a?

Porra amigo leitor, realmente n�o sei o que me deu na cabe�a ao escrever algo t�o vulgar como "Mulher com pinto". D� pra ver que � uma linguagem nervosa. N�o estava bem quando escrevi isso. Al�m disso, a puta ( e n�o eu ) comete v�rios erros de portugu�s, denunciando que � mesmo uma intelecutal�ide de merda.

�s vezes, deixe-me confessar logo, tenho umas crises de viadagem escatol�gica p�s-moderna. Quando esse deus me possui, ou eu corro at� o mercadinho mais pr�ximo para comer umas bananas e aliviar minha tens�o. Ou come�o a escrever na tentativa de me livar do desejo que me esmaga.

7:18 PM



Projeto idiossincrasia pra valer

A grosso modo, escreve-se coisas com as quais o leitor se identifica. Balela.

Conversa pra boi dormir � que � bom.

Carminha, por exemplo, ajudou muita gente a saciar fome e sede naquele Natal nos oitenta.

O s�culo vinte viu o irromper de duas grandes guerras, mas n�o viu muito bem, posto que � cego.

Criar leis regulando nossa privacidade � a coqueluche do momento. Liberdade. Escolha. Tudo isso deixa a gente perdidinho da silva. Queremos leis proibindo o uso de papel higi�nico rosa. Leis proibindo menos de tr�s passadas de papel no cu.

- M�dicos e psic�logos no governo! J�!

Pen�lope me ensinou, muito tempo atr�s, a arte de comer bosta. O Tempo aliado ao H�bito desgastou minha pr�tica. Hoje como mecanicamente, sem salivar ao sentir o cheiro.

Houve um tempo em que batia punheta e ao inv�s de letras sa�a porra.

Num dia chuvoso quis me matar, tomei dois litros de �gua com van�dio de Ibir�. Tou vivo at� hoje. Ou assim penso.


7:09 PM



Paran�ia

�s vezes tenho algumas paran�ias, do tipo mais leve.

Para piorar, oitenta por cento das vezes acabo confirmando o que antes s� desconfiava. O resultado � uma trag�dia pessoal.

Vem c�. N�o sou veado nem tampouco importante. N�o tenho m�ritos suficientes para ser alvo de ningu�m. Nunca consegui nada al�m de umas quatro medalhas em toda minha extensa vida. Duas de basquete no col�gio, aos quatorze anos; duas de t�nis, aos nove anos. Se tivesse feito bund�o em �nibus de excurs�o, v� l�. Mas nem isso.

Ent�o para qu�? S� se for por gosto, por capricho, de perseguir por perseguir. Nesse caso, est�o perdoados.

5:02 PM


domingo, dezembro 08, 2002
Mulher com pinto

- E aê cara, beleza?
- Beleza.
- Tudo certo aí?
- Tudo?
- Mas fala aê. E o que é essa camisetinha colada hein? Ah! Eu não esperava isso de você. Baitolagem hein?
- Vai se fuder. É moda, a mulherada gosta.
- Sei, sei, a mulherada de pinto.
- Isso mesmo.
- O quê?
- É isso mesmo que você escutou, curto a mulherada de pinto. Traveco mesmo. No duro. Bem duro.
- Que isso!? Cê ta zuando na minha cara. Porra, quantas vezes agente saímos juntos para catar a mulherada e você vem agora com essa. Era o que faltava. Cê tá zuando. Fala sério.
- Não, meu! Caralho! Puta que pariu! Quem disse que é errado dar a bunda para uma mulher com pinto. É proibido por acaso?
- Não porra, cê não tá entendendo ou tá dando de João sem braço. Pega mal. Eu mesmo me sinto mal. Sei lá. Pensar que saímos tantas noites pra catar a mulherada... e de repente, todo esse tempo, você jogava no outro time.
- Quem disse que eu jogo no outro time? Isso é conclusão sua.
- Porra, você mesmo disse, cara. Você me disse que gostava de mulher de pinto.
- É isso mesmo, mas não gosto de homem. Não gosto de dar o meu boga para gay, bofe, michê, nem para bicha americana de bigode e roupa de couro. Definitivamente não. Gosto é de traveco, para falar tecnicamente.
- Tecnicamente?
- Isso. Na hora você nem pensa que é um homem, é mais uma mulher com uma pequena tromba ao invés da buceta. Necessita de muita capacidade de abstração para se concluir que aquilo é XY, homem.
- Tudo bem, vamos resumir. Quer dizer que você continua igual? Só mudou esse pequeno detalhe? Então me fala: e de mulher sem pinto, continua gostando?
- Porra! Pra caralho!
- Que bom. Então vamos catar umas putas?
- Agora.

Nisso, os dois amigos, resolvidos os desentendimentos, foram atrás das putas. Um deles pegou uma puta morena, bem rabuda. O outro pegou uma puta loura dos seios pequenos e bicudos. Foram para a mesma casa e ficaram no mesmo quarto. Se empaturraram de Whisky barato e pediram para as putas se lamber e fazer estripe. Após dar umas palmadas estraladas na bunda das vagabundas, Dioguinho começou a comer o rabo da morena. O outro, por sua vez, pediu a loura que enfiasse um cabo de vassoura em seu rabo. Nisso, Dioguinho, enquanto comia a puta, já com o suor a escorrer pela testa, virou o rosto para o lado e, reparando no pedido do amigo, disse, num misto de decepção e represália:
- Porra cara! Que isso meu, que coisa horrorosa. Come essa puta direito.
- Porra cara. Não tem nada demais...é só um cabo de vassoura...tá bom.
Então Vilela, pois o nome dele era Vilela, pediu para a puta enfiar o peito bicudo no cu dele.
- Enfia seu peito no meu boga.
- Não dá cara - disse a puta- Não tem jeito, eu não vou fazer essa nojeira. Escute bem: eu sou puta, mas sou honrada. Minha profissão é dar prazer aos homens e não fazer contorcionismos mirabolantes. Com isso nós passamos do limite da hiegiene. Não obstante, a consistência de meu peito, embora bicudo, não permite a concretização de seu desejo. Assim, não insistas mais. Mas se ainda assim persistir tua vontade, posso introduzir meu dedo indicador em seu ânus, enquanto rodo meu peito na região periférica de seu orifício. Talvez deste modo enganemos os sentidos. Isto, com efeito, é o melhor que eu posso fazer a fim de que você obtenha satisfaça. Bom, esta é minha opinião sobre o assunto. Desnecessário dizer que sabemos que cabe só a você a decisão final. Estou aqui para te servir, na medida em que você me pagar. Porém, lembre-se, você está limitado pelo princípio da realidade, e nem todos os seus sonhos podem vir a se tornarem realidade. Portanto, peço prudência, e digo que pense melhor antes de sair pedindo para mim qualquer coisa.
- Puta, minha amiga, suas palavras são sensatas. Deite-se e abra as pernas. Vamos fazer o clássico papai-mamãe.
Dioguinho viu o cara fazendo papai mamãe na puta loura e, apesar do tradicionalismo, ficou feliz com e por seu amigo.

8:31 PM


sexta-feira, dezembro 06, 2002
Algum dia me libertarei das mulheres. N�o ag�ento mais ser pobre escravo delas. ( Das bonitas, as feias n�o s�o mulheres, s�o simplestamente do sexo feminino).

Sorte que a beleza est� nos olhos de quem v�. E sorte que existem pseudocomunistas que acham que o padr�o est�tico � mais um ideologia burguesa, e assim procuram suas parceiras usando como crit�rio o tamanho e a espessura do bigode.

11:17 PM



Emula��o

Se algu�m a� souber qual a rela��o entre linguagem e sentimento, por favor, coloque a explica��o nos comments.

Alguns anos atr�s, lendo Spinoza, conheci uma nova palavra: emula��o. "Sentimento que que nos incita a igualar ou superar outrem", como consta no dicion�rio (queria dar a defini��o do pr�prio Spinoza, que � bom melhor, mas n�o tenho o livro.

Emula��o n�o implica em inveja, que se caracteriza pela tentativa de destrui��o do atributo invejado. O interessante em Spinoza � que a emula��o n�o � ruim. � muito positiva, � um estimulante. � s� lembrar dos gregos, que em tudo competiam, at� em teatro, poesia, filosofia. Imagina Drummont competindo com Bandeira.

O que estraga � a inveja, sentimento t�pico do pior tipo de gente.

11:08 PM



Particular�ssimo

Uma voz interior me disse para escrever sobre algo de minha vida. Sobre alguma coisa t�o particular, t�o s� minha, que ningu�m, mesmo o mais curioso dos homens, seja capaz de ler mais do que um par�grafo.

Pensei muito antes de escrever tal coisa. Onde estaria a porra de paroxismo da idiossincrasia. Kafka n�o serve. Muito menos Kafta, que por ser de carne mo�da, � mais barato. Como voc�s podem observar, empenho todas as minhas energias em transmitir algo t�o in�til, t�o ridiculamente in�til, t�o absurdamente repetitivo que fa�a corar a face do leitor, que talvez suportou ler at� aqui.

Mas n�o. N�o. Na-na-ni-na-n�o! N�o posso exagerar demais, ainda mais com esses amantes da exegese de domingo que rondam como um bando de Jo�o-bobo pelas bocadas aqui do bairro. Quer dizer, se eu exagerar demais, o exagero pode at� ser um atrativo, e minha id�ia, ou melhor, o meu intuito, � escrever algo muito meu. Algo particular�ssimo. Semgrass�ssimo. Vamos ver. Vai inspira��o do caralho. Funciona. D� uma ajudinha a� minha musa.

Porra musa! Puta que pariu, me ajuda, fa�a qualquer coisa, sei l�, solte um peido, ou ponha a m�o debaixo do sobaco e simule um. Sei l�, fa�a qualquer coisa. Quem sabe assim encontre a inspira��o.

Pensando melhor, acho que em se tratando de algo do g�nero, nem � bom que haja inspira��o. Quanto menos melhor. Ent�o vai se fuder musa.

Acho que faz uns tr�s dias atr�s, acordei meio apressado e n�o sei porque diabos resolvi cortar a unha. Peguei a tesourinha e cortei a unha de um de meus p�s. Quando fui cortar a do outro, desisti, tava chegando o hor�rio, tinha afazeres, essas coisas. Ent�o coloquei a meia e calcei meu t�nis. Logo em seguida, acabei sentindo um certo mal estar. A unha de um p� tava grande ao passo que a do outro, bonitinha. Procurei esquecer. E consegui esquecer. Nem liguei mais pro fato. Ontem lembrei disso e cortei a unha do outro p�.

A minha forma preferida de cortar a unha � com tesourinha, n�o gosto de trim. Geralmente n�o deixo as unhas espalhadas pelo ch�o. Quest�o de higiene e bom gosto. Assim, ap�s recolher as unhas, n�o as joguei no lixo. Ah! Tem um detalhe importante, estava sentado no meu colch�o, que por sinal fica no ch�o. Acho que esse ponto que me referi logo atr�s � realmente muito importante.

Bom, a� eu recolhi os pedacinhos de unha e os joguei pela janela, de forma que eles ca�ram no quintal de casa. Mas n�o h� problema nisso, a D. Vilma depois limpa. Outra coisa que deve ser salientada aqui � o fato de que fiz isso mecanicamente, devia estar pensando em outra coisa durante todo esse processo. E e e e e e e e ee e e e e e e e e e e e e e e e e e . Fuin. Fuin. Epa. Ebaj�. Enh�, Enh�, Enh�. Desculpe. Pe�o mil desculpas por ter um arroubo. Aroubo de... Arroubo. Adoro ter arroubos. �s vezes estou subindo a escada e tenho um arroubo. Da� fico arroubando um certo tempo at� que passa. Tem gente que s� gosta de arroba. Eu gosto de arroubo. Tem gente que � palha�o e a gente ri que d�i. Tem gente que � palha�o e a gente ri de d�. E tem gente que a gente tem d� de tanto rir. E tem gente que inverte as coisas de uma forma muito ruim, muito sem ritmo e

10:35 PM


quarta-feira, dezembro 04, 2002
A dona do conhecimento

Quando ela me anunciou sem frescura que qualquer recorte da realidade quando bem percebido e bem analisado pode ser bem envolvente e intrigante, fiquei espantado e tive vontade de chorar. Depois resolvi fustigar a id�ia.

Suponho que meu espanto n�o seja nem � toa nem apenas por mim compartilhado. Vejamos: uma caneta. Reparemos todos os seus pressupostos, observemos na �ntegra todos os fatores que a levam existir. O c�lculo nunca chegaria a um fim. Economia. Petr�leo. Pl�stico. Consist�ncia da mat�ria. Exist�ncia do papel (afinal para que a caneta sem o papel). Quer dizer: a caneta traz em seu interior o mist�rio do mundo, assim como a mulher traz ao mundo o mist�rio do amor.

Muito satisfeito com a precis�o do pensamento de minha amiga, disse para ela que eu a amava e com ela um filho queria ter. Ela, por sua vez, sorriu um riso monal�sico, me deu um beijo a um canto da boca e se retirou de mansinho at� que se transformou em borr�o - pois tenho problema de vista e sem �culos estava. Mas ainda assim ficou no ar um pouco de seu perfume.

6:15 PM


segunda-feira, dezembro 02, 2002
Viva a auto-sufici�ncia

Quantos escritores j� n�o escreveram obras imensas. Existem milh�es de livros. Milh�es de id�ias no papel! Mas, me pergunto, que livro pode exprimir o que � meter com uma mulher real? Que fic��o superar� a realidade? Vivemos em um mundo real e nada mais real do que o mundo. Mas, na realidade, n�o basta, de jeito nenhum, a realidade. A realidade � linda e tamb�m � feia. A realidade existe sim e a vida n�o � um sonho como querem alguns poetas amadores. N�o h� absolutamente nada para refletir naquela est�ria do s�bio chin�s que sonhou que era uma borboleta e, ao acordar, ficou em d�vida se n�o era uma borboleta sonhando que era um s�bio chin�s. N�o faz o menor sentido este pensamento: a verdade � que os sonhos nascem e morrem em uma �nica noite. Mas a vida, ao contr�rio persiste por v�rios dias. Muitos dias mesmos.

Concordo que a vida � m�gica. Concordo que a vida � xula. Concordo que todos os sabores pertencem � vida. Mas s� n�o concordo que a vida seja um sonho. Meu Deus! Ser� preciso dizer que h� certa perman�ncia do �eu�, que o �eu� tem uma certa const�ncia. N�o. N�o � preciso dizer tamanha obviedade. Mas � chegado a hora de mandar tomar no cu toda e qualquer obviedade. Deixemos o mundo do �bvio para as pessoas �bvias. N�s, n�s que n�o estamos atrelados a nada, n�s que flutuamos na realidade, na realidade da dor, na realidade do sangue, n�s, digo, n�s �vamos para frente por que para tr�s n�o d�. Vamos andando, andando, andando. Andando meio que voando, meio que sonhando, meio que dormindo, meio que atropelando. Sei que a maioria das coisas acontecem antes que n�s as fa�amos, tal como disse Kafka, aquele ser magro que uma vez pensou que era uma barata, ou melhor, que fingiu ser uma barata. Todo escritor, para escrever o que quer que seja, sobretudo se o autor escrever em primeira pessoa, � obrigado a encarnar algu�m, tem que tentar enxergar com olhos que n�o s�o exatamente os seus. Para ser mais exato: o artista pega uma parte de si mesmo, distorce, aumenta e a alimenta, at� que essa parte fique gorda e forte. Ent�o o artista usa este dem�nio que existia dentro de si, faz um pacto com estes fantasmas que o atormentam, com este seu lado insano, que tem fome de express�o, usa sua for�a - esta doen�a da alma tem muita for�a, ela impele-o a se expressar, � t�o imposs�vel para ele reter a efervesc�ncia interior quanto reter o v�mito ou a diarr�ia. Sim, o que h� dentro dele deve ser expelido, o veneno deve sair de sua mente para ser depositado no papel.

Esta � a descri��o do artista amaldi�oado, a maioria deles. Artistas que n�o passam de estere�tipos rid�culos, t�o infames ao grau de enrolar uma tampa de privada em um cobertor e dizer que � uma obra de arte. �s vezes, por�m, essa esp�cie de artista aprende a destilar o veneno, transformando a b�lis e a paran�ia em algo visivelmente belo.

�Mas sempre, sempre, arte nenhuma, livro er�tico nenhum, substituir� uma bela metida.�

O que eu disse anteriormente � uma atrocidade. A melhor coisa na vida � a independ�ncia, � a auto-sufici�ncia. O que quero dizer � que a �nica forma de se atingir a liberdade � a punheta. � isso mesmo. Uma boa punheta � melhor que qualquer mulher. N�o tenham medo, meus amigos, batam punheta! Qual � a pessoa que mais amamos? Ora, n�o est� mais do que claro que esta pessoa somos n�s mesmos. Portanto, nada mais sensato do que fazer sexo com n�s mesmos. Necessitar de mulher � coisa de d�bil mental. Para qu� tanto trabalho para catar mulher se podemos fazer tudo com as nossas pr�prias m�os, no nosso pr�prio ritmo, quanto tempo quisermos? N�o faz o menor sentido ficar com mulher nenhuma, seja l� qual for essa mulher, bonita ou n�o. Para conquistar o cora��o de uma mina, uma mulher, uma mo�a, uma gostosa, somos obrigados a fingir que n�o somos n�s mesmos. Como conseq��ncia - dessa atrocidade para com n�s mesmos, para com nossa honra - perdemos nossa alma, perdemos nossa liberdade, somos humilhados por uma buceta, passamos a ser meros escravos de uma bunda feminina, de um corpo feminino. Escravos de uma luxuria mal canalizada, que faz sentirmos mais tes�o em uma mera mulher que em n�s mesmo. Isto � rid�culo para n�s que somos potencialmente t�o auto-suficientes. Batam punheta! Sejam, pelo menos nesse aspecto, inteligentes. Vamos todos bater punheta! Vamos todos juntos mandar Darwin se foder. Que transmiss�o de gen o caralho!

O tempo gasto indo atr�s de mulher � um tempo absurdo: quantas coisas melhores n�o poderiam ser feitas nesse tempo? Quantas, meu Deus, quantas? O pior � que todos os homens querem mo�as bonitas, querem aquelas que s�o as mais gostosas. Batem punheta pensando nestas mulheres. Mas isso � um absurdo! O homem deve aprender a bater punheta em frente ao espelho, olhando para si e sentido tes�o apenas em si mesmo. S� assim a humanidade ser� feliz. Fazer sexo. Necessidade de se transar com um sexo oposto. Quanta fraqueza de esp�rito! Mas o pior ocorre no caso dos homens, que procuram e casam com suas mulheres apenas pela beleza, estes s�o os mais jumentos: n�o sa�ram da idade das cavernas. A mulher, pelo menos, a mulher comum, busca o homem por dinheiro e n�o por beleza. Esta hist�ria de corpo masculino bonito faz qualquer mulher rir. Quem gosta de homem bonito � veado. Isto acontece porque um dia o veado j� foi homem e quem mais se preocupa com esta est�ria de corpo � homem, ou ex-homem.

O que proponho, amigos, � que simplesmente saiamos da barb�rie. Paremos com essa est�ria no m�nimo absurda que o homem � um animal e, portanto, quer passar seus gens �s mulheres com corpos belos que podem gerar bons filhos. Isto n�o passa de chav�o bobo. Isso � uma verdadeira ingenuidade, isto � a mais pura loucura moderna: colocar o homem outra vez ao lado dos animais irracionais. Isso � coisa do pov�o. Estes sim. Estes s�o realmente animais, animais em tudo, na forma de pensar, na forma de agir. Mas n�s, os humanos, j� passamos pelo iluminismo j� faz muito tempo. Somos homens racionais e sabemos que esta palha�ada de dizer que somos animais � no m�nimo pura idiossincrasia de algumas topeiras.

Quem aqui j� amou sabe melhor que ningu�m que nenhum amor substitui uma bela punheta, feita num dia de Sol, dentro de um belo rio. Apenas n�s, o belo rio, os peixes e a punheta. Este dia ser� o dia perfeito: o homem em paz consigo mesmo; o homem que n�o precisa de ningu�m a n�o ser a si mesmo. Viva a punheta, nossa salvadora!

6:52 PM



Domingo

Bom, hoje � domingo e domingo, para mim, � um dia bom. N�o � apenas domingo e pronto. � muito mais que isso. O domingo fermenta meu passado, amplia minha mem�ria e devolve a cada lembran�a a cor e o sentimento original. No domingo, n�o preciso viver l� fora, vivo c� dentro. Vivo o reviver de um passado que volta a ser agora. Se quisesse ser mais exato diria: transvivo o j� vivido. Pois as lembran�as passadas n�o chegam at� mim em sua forma neutra - simbolismo puro vagando no espa�o seco de minha alma - replica exata daquilo que foi.

Elas v�m, pelo contr�rio, impregnadas de poesia, de nostalgia, de saudade, de devaneios. Re�nem em seus olhos esperan�osos as possibilidades que se perderam na curva do tempo - tudo o que seria, mas que, infelizmente ou felizmente, n�o foi. Eterno futuro do pret�rito vivo, em que tudo � perdoado e aben�oado no eu de domingo.

Tudo isso, para mim, � o domingo. A alma sai de sua toca, pega o foguetinho maneiro, e vai, em espirais de disco voador, para o espa�o mais �ltimo e mais �ntimo do ser. Tangencia o n�cleo adimensional cujo nome � �Em si�. At� que chega numa estratosfera de sonhos muito rarefeito. Um lugar de introspec��o sem reflex�o, sem reflexo, sem espelho, alheio a toda burocracia.

Domingo � isso. Deitar e nirvanar pelos tempos que j� foram. Sentir a alma dancinflar ao som de Beethoven. Entrar em conson�ncia com a m�sica divina que penetra e perpassa, a todo instante, o sem fundo de minha alma, esse ala�de de mem�rias e desejos.

6:43 PM


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