!> !> Pulmão Cabeludo
Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.


























Archives
<< current













Pode ir:


Radamanto
Santaputa
mozart
Scemsentido
Safiri
wunderblogs
Deus Canino
Arnica
Petronas
Alexandre Soares
Erebo
Betty Blue
Santo Agostinho
Mente Imperfecta

Antigo blog do pulmao




























Pulmão Cabeludo
Alea jacus est
terça-feira, abril 27, 2004
Nhuc
12:35 AM


sábado, abril 24, 2004
A velha estória

Ainda temos quem nos quer contar a estória de uma forma diferente. E conta. Nossos ouvidos estão atentos. Temos a barriga cheia e a tranquilidade nos ombros. Vivemos no séc XXI, não adianta fugir.

Hoje é fato, não faz metafísica com fome. É necessário conforto. Come-se alguma coisa, um cachorro quente até.

Mrs. Sosostriris, famosa clarividente, é sabido ser a mulher mais inteligente da Europa, com seu maldito maço de cartas.

3:49 AM


segunda-feira, abril 19, 2004
Sugestões

Que nada do que seja escrito seja escrito com seriedade.

Nada é tão importante.

Escrever, de preferência, textos que não contribuem para nada, e não acrescentam em nada.

Engolir qualquer tentiva de ser profundo.

Aliás, evitar termos como nunca, sempre, tudo, nada, etc.

Optar pela leveza, pelo frescor do ar, e pela ausência de ódio.


2:06 AM



Compaixão

Pouco mais de cem anos atrás havia a escravidão. Chicoteavam negros fujões para que eles aprendessem seu verdadeiro lugar.

Chicotear um cavalo até fazer o sangue vazar pelo seu coro já é algo terrível de se pensar. Dá Dó. Mas ver um preto, no tronco, se contorcer de dor, talvez fosse até motivo de prazer para uns. "Preto fujão, filha da puta, toma uma lição para que você aprenda a se comportar. Se você soubesse o tanto que eu trabalhei para conseguir lhe comprar, você não fugiria." E toma chicotada.

Óbvio que não é certo fazer isso.

O que me pergunto, porém, é o seguinte: "Onde está a empatia?"

Sentiriam os dominantes naquele tempo, de modo geral, mais dó do cavalo do que do preto?

Vi um documentário sobre Polpot, no Comboja. Um quarto da população foi torturada. Horrivelmente torturada, coisas de dar ânsia de vômito. Um homem se dizia arrependido de gritar junto a multidão "morra, morra" para uma mulher jovem que havia se unido a um homem sem o consentimento do Estado.

Hoje, passado muitos anos, ele não consegue entender porque fez aquilo. Lembra-se do passado como alguém que se lembra de um pesadelo. E só. "É que eu estava ali no meio, sei lá."


1:56 AM



Suco.
1:03 AM


quinta-feira, abril 15, 2004
Eu, autor e inventor do Pulmão, espécie de Deus envergonhado de sua criatura, feita a minha imagem e semelhança( sim, estou ciente que esse estilo de confusão não tem a menor originalidade e muito menos graça), não conseguiu deixar de imaginar como seria sua imagem se ele existisse no mundo.

Bem, vamos lá.

Pulmão Cabeludo seria algo como:

Fotografia



3:25 AM



A pessoa e sua melhor pessoa

Que mentira é essa! Esse post logo abaixo! Cheguei. Estou de volta. E cheguei com tudo, soltando, da garupa, rojões miraculosos, rojões que lançam aos céus magníficos cus, que explodem em sete mil cores, trazendo os setecentos mil amores...basta! A verdade é que aquele que me escreve (Peres) provavelmente me considere meio podre.

Faz tempo que não escrevo neste blog. Mas neste tempo não deixei de freqüentar a oficina do diabo, de onde fabriquei muitas idéias. Uma delas, talvez a mais importante, é uma espécie de um mandamento. Evitar ao máximo o uso da primeira pessoa. Os inúmeros desdobramentos deste preceito estendem-se a toda existência, propondo-lhe uma estética própria. Um modo mais elegante de ser.

Acresce que por estarmos um blog público, a reflexão sobre tal tema tem importância triplicada. Há de se concordar, enche o saco essa coisa de eu penso, eu postulo, eu acho, eu discordo, eu queria, eu imagino, eu sou, eu fiz, eu vou, eu, eu, eu encontrei, eu me fudi, eu conheci, eu gosto.

É uma questão de etiqueta, de finesse não lamber diante dos outros o próprio cu. A menos que "os outros" tenham uma queda por, uma inclinação por, deixa para lá. Digo apenas que eu, que chuto de escanteio esse tipo de tara, trago na ponta da língua: “Enfie no fiofó suas opiniões, aspirações e sentimentos.”

Tudo o que escrevi até agora não serve de exemplo. Inclusive, já comecei mal este blog, ao denominá-lo Pulmão Cabeludo, movido pelo meu grande sonho, bastante conhecido, de ter cabelo no pulmão. Ora, por mais fenomenal que tal gosto pareça, a resposta deverá ser sempre: "E daí?", "E eu com isso?", "A quem interessa?"

Se fosse mais decente só me sentiria à vontade na terceira pessoa. Forçado a usar esse maldito pronome,"eu", perceberia-se o rubor nas suas faces.

Que seja escrito na pedra: a personalidade é algo imprestável. Guarde-a para sua esposa, ela a achará uma gracinha, ou se você for meio songo, distribua aos seus amigos e admiradores. Veja bem, não exijo um estóico de raça, mas estufar o peito de pombo premiado pelo fato de ser “único” é risível, sobretudo quando o que te diferencia é aquela pinta ao canto da bunda.

- Ui-Ui! A minha singularidade! Ui! A minha individualidade! Tenho gostos curiosos, vejam só! Espiem minha loucura, olha como ela é interessante! Vejam como sou interessante! Coleciono poesias tailandesas!

Óbvio que todo esse culto à diferença esconde uma avidez existencial, deseja-se avidamente ser algo, de preferência algo raro, o último exemplar de uma espécie única. Deseja-se que um sorriso de dentes brancos lhe diga que você “É uma peça rara” , “Uma figura”.

Inúmeros seriam os argumentos contra esse padrão comportamental. Rogo, portanto, para impessoalidade vigore outra vez no mundo. Viva a matemática. Viva a poesia pura. Viva a música sem palavras. Abençoado seja Cruz e Souza.

Não economize, use e abuse da segunda, da terceira, e até da quarta pessoa, que é o silêncio.

Queria escrever um texto sério. Texto grave, amargo como os vinhos do Reno. Mas não logro. Malogro. Sinto sempre certo tom de mofa em meus próprios textos, sou acometido de um desejo quase incontrolável de não me levar a sério. É isso que fode com tudo. Talvez não pudesse ser diferente mesmo. Pulmão Cabeludo nasceu assim, contrário aos princípios aqui expostos.

De berço meio mofado, meio molhado, ejaculando leite condensado.

- Ai! Que mal gosto! – Pensa a madame - Como pode alguém com a imaginação tão doentia "ejaculando leite moça!"? É o fim, coisa de pervertido.

Madame, perdoe-me. Aprecio sua higiene, mas releia o texto acima, não mencionei leite moça nenhum. Não ouse dizer um passa pelo outro. O máximo que posso aceitar de sua exclamação é que ejacular leite moça é o fim da picada. E, ainda que eu dissesse que percebo sim a vulgaridade, devo mais uma vez reforçar a hipótese da dissociação autor X narrador.

Não posso fazer nada com Pulmão, ele já fugiu do controle. Adquiriu personalidade própria, tão própria que já me encheu o saco. Pulmão cabeludo, por exemplo, gosta de usar o eu, como seu eu fosse ele, ou concordasse com ele. Entretanto, e isso não é picaretagem, não posso responder por ele. Tudo bem, madame? Tudo bem? Tudo? Vai, madame, responde sua cadela! Tudo bem ou não?

- Caralho!! Grita Pulmão cabeludo sobre a copa, abaixo do telhado e conseqüentemente do céu. Suas ventas se abrem, Pulmão Cabeludo está tenso, pensa em subir no coqueiro, como forma de aliviar a angústia.

- O quê? Extravasar a angústia? Toma vergonha nessa cara deslavada, seu puto.

(suspiro)

Talvez devesse escrever para alguém. Se não me engano Rui Barbosa. Se fosse escrever só para mim, saltaria, como um Bambi, de frase em frase, sem que o nexo seja facilmente perceptível, ao menos para você. VOCÊ que tem sangue nas veias e barro na origem.

- Uau!

Criticam Brás Cubas. Abandona uma atividade por fastio. Quando cansa, pára. Volátil. Extremante volátil.

2:59 AM


This page is powered by
Blogger.
Site 
Meter