Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.
Concluo, depois de tediosas reflexões, que se debruçar sobre o universo é mais uma perversão moderna. Afirmar que existem não sei quantas estrelas e daí extrair que somos uma poeira perdida no cosmos, um nada, é forte índicio de transtorno de personalidade que merece cuidados psiquiátricos. O melhor tratamento, neste caso, não tenho dúvida, é a lobotomia.
O universo é só mais uma idéia, no meio de milhares. Encontrar alguma primazia nesta minúscula fatia do ser é como estufar o peito de pombo premiado para dizer como é a África, tendo como única fonte de informação um macaco bonobo do zoológico de São Paulo, cujo bisavô era patriarca numa aldeia no Zaire.