!> !> Pulmão Cabeludo
Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.


























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Pulmão Cabeludo
Alea jacus est
sexta-feira, setembro 06, 2002
Minority Report

Assisti j� faz alguns dias ao �ltimo filme do judeu. Impressionou-me a vida que levava aqueles cognitivos boiando na banheira. Deus me livre de viver assim! Sei que tem o lado bom. A �gua � morna. N�o tem que levantar para ir beber �gua nem comer. E ainda tomam no pesco�o inje��es de seretonina da boa e outros subst�ncias mui prazerosas. Mas prefiro ficar na minha hidromassagem e usar drogas apenas quando me apetece.

Uma coisa interessante no filme � a quantidade de assuntos de que consegue tratar. Tem-se o estere�tipo do criador obcecado por sua cria��o, na medida em que esta lhe proporciona gl�ria e poder. O sujeito � capaz de fazer verdadeiras barbaridades tais como tentar assassinar o Tom Cruise, no papel de um pobre policial que apesar de ludibriado, era no fundo um homem bom e honesto, que recebeu da vida pedradas e flechadas de um destino cruel.

O filme retrata as emo��es com profundidade e simplicidade. N�o � preciso esfor�o nenhum para encontrar no enredo a nata do pensamento psicanal�tico. Tom Cruise, incapaz de elaborar de forma saud�vel o luto relativo a seu banbino, acaba por fazer uso indevido de defesas man�acas, assistindo, totalmente drogado, a v�deos de produ��o caseira de qualidade duvidosa. E exterminando o mal pelas ruas numa forma de vingan�a esp�ria.

Coitado. Fora enganado pelo seu chefe: um lobo vestido de ovelha. (Apocal�pse de S�o Jo�o)
E ficou muito claro:
S� se peca por ignor�ncia.(S�crates)

Um outro aspecto do filme � de cunho mais filos�fico.
A exist�ncia de cognitivos capazes de previs�o muito precisa incita-nos a pensar que umas das proposi��es centrais do filme � a nega��o da exist�ncia do l�vre-arb�trio. Ou, se existe, existe em doses min�sculas, desprez�veis. Mas seria quase um pecado extrair tal ensinamento do filme. Sabemos que Spielberg inseriu o determinismo com l�grimas nos olhos, totalmente contra sua vontade.

Ora, ele n�o teve escolha.
Com o livre arb�trio o filme mesmo n�o seria imposs�vel. E sem o filme o nosso cineasta n�o poderia denunciar os riscos a que estamos sujeitos quando pessoas gananciosas e imorais est�o no poder.

Em vista de minhas reflex�es anteriores, poder-se-ia julgar que n�o apreciei permanecer sentado numa confort�vel poltrona do cinema durante cerca de duas horas. N�o. N�o. N�o. Gostei muito do filme. Pisei mais leve no estacionamento do Shoping, com o esp�rito mais...como dizer...exuberante. Senti no fundo de meu cora��o um sentimento raro. Um sentimento de que n�o joguei meu tempo fora (como geralmente me sinto a maior parte do dia quando, quando n�o estou, sei l�, a amar).

3:07 AM


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