!> !> Pulmão Cabeludo
Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.


























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Pulmão Cabeludo
Alea jacus est
sexta-feira, outubro 25, 2002
A festa

Quem quisesse ir naquela festa tinha que deixar a alma em casa e levar apenas o corpo. Pois aquela festa era uma festa de animais e n�o festa de gente. Eu marquei bobeira, e levei minha alma para festa. O clima era um clima sexual, um cheiro de suor que dominava tudo. Mulheres dan�ando, homens dan�ando, gente falando. A maioria das pessoas bebendo. Todos agindo de forma extremamente animalesca, conversando conversas animalescas e eu l�, na festa, � um canto, carregando minha alma em um ambiente desalmado, totalmente animalesco, um mundo onde apenas o sentido sexual prevalecia, um mundo cheio de dan�a. N�o sei quem falou que a dan�a � a express�o vertical de um desejo horizontal. Estava certo. Concordo.

Quem estava na festa, repito, n�o tinha alma. Era imposs�vel conversar sobre qualquer coisa que exigisse um pouco mais de reflex�o. Ningu�m estava l� para refletir, ningu�m estava l� para recolher impress�es como eu, eu que escrevo as impress�es que eu tive da festa. As pessoas que estavam na festa apenas agiam totalmente por impulso, por instinto. As mulheres n�o estavam agindo conforme a vontade de sua mente. N�o! Elas estavam agindo conforme a necessidade de sua buceta. A �nica cabe�a que funcionava naquela festa era a cabe�a do pau.

Por favor, meu leitor, n�o diga que sou obsceno, nem que eu tenho uma vis�o distorcida da realidade. Por favor, n�o diga isso. Voc� n�o estava l�. Eu, eu estava. Eu vi com meus pr�prios olhos, vi tudo isso que estou contando. Se uso a palavra buceta � apenas para facilitar a comunica��o. Poderia usar, se quisesse, vagina. Mas n�o seria a mesma coisa. Posso continuar ent�o a contar como foi aquela festa? Pois bem, continuemos.

J� disse que o que imperava l� era o sexo, que a festa tinha um sabor todo l�brico. Esse era o sentido da festa. Era para isso que aquela festa servia. Essa era o papel da festa: ser l�brica, a festa servia para a felicidade do animal e n�o para a felicidade do homem.

Algumas coisas eram realmente pat�ticas, mas, meus amigos, o que esperar do animal sen�o o pat�tico? �, � verdade, sou obrigado a concordar com voc�s, meus amigos, essa animalidade tamb�m tem um fundo de beleza. A beleza dos belos corpos femininos se remexendo, dan�ando de forma provocante, toda essa coisa meio er�tica, essa provoca��o instigando-nos a socar a pirosca numa bela bunda. Confesso que era tentador, que isso n�o era l� a coisa mais pat�tica. Mas, eu pude ver com meus olhos um pobre cara xavecando a festa inteira uma gostosa.

Foi realmente rid�culo o que esse pobre cara passou. Ele ficava o tempo inteiro dando em cima da gostosa. A gostosa, que o conhecia, ficava fingindo que n�o estava entendendo, ficava fingindo que ela era s� uma amiga. Por vezes ela fazia pequenos coment�rios sobre a forma vulgar com que ele fitava as outras mulheres, dizendo que a menina havia perdido vinte quilos etc. Ele, ent�o, ficava meio perdido: se ele dissesse que n�o estava olhando, pegava mal para ele, pois iria dar a impress�o que ele era veado. Se ele dissesse que estava olhando, ele mostraria desinteresse em rela��o a ela. O pobre cara, todo embara�a e numa posi��o realmente dif�cil, acabava por fazer uma brincadeira como �s� estava olhando o refrigerante dela� e ria logo em seguida. Ela, muito esperta, tamb�m ria.

A cara de burrice das pessoas que estavam na festa � inexprim�vel. As mais bonitas principalmente, com todo aquele corpo perfeito e aquela cara de burra, aquela cara de burra de doer. Essa � minha impress�o, quero deixar isso bem claro. E essa � minha impress�o da festa, daquela festa que voc�, leitor, voc� n�o estava. N�o acho, sinceramente, que toda mulher bonita � burra. Mas se voc� estivesse l� voc� veria a cara de burra delas, principalmente das mais bonitas. Os homens? N�o reparei muito neles, para mim n�o passavam de homens, todos animais, todos est�pidos agindo estupidamente, como j� disse, completamente governados pela cabe�a, digo, pela cabe�a do pau. Que mais eles queriam? Sen�o catar uma buceta?

N�o, n�o acho que estou exagerando, n�o acho que estou sendo moralista. � isso mesmo. Eles s� queriam sexo, simb�lico ou carnal, n�o importa. Qual o problema nisso? A festa n�o estava l� para isso? A m�sica n�o estava l� para isso? Bem...no final da festa tinha j� muitos casaisinhos se beijando etc. Em todo lugar que ia tinha um casalsinho se beijando. Foi, pode-se dizer, uma festa bem sucedida. Festa boa � quando ela forma um monte de casalsinho. Essas sim, essas s�o as boas festas, quando o homens e as mulheres b�bados, a bestialidade fort�ssima, a buceta escorrendo l�q�ido lubrificante e pau melando a cueca. Essa sim. Essa � a boa festa.

O que? Est� achado que eu estou com inveja? S� porque eu que fui na festa sem deixar a alma em casa. Enquanto as pessoas estavam leves e alegres, eu pesado, profundo, apenas observando como se fosse um alien�gena almado, totalmente deslocado da festa, totalmente sem conseguir participar da festa apenas porque n�o estava disposto a fugir de mim mesmo. Voc� acha ent�o que estou desdenhando a festa apenas devido a minha incompet�ncia de mergulhar nela. O que? Est� me dizendo que se uma gostosa chegasse me beijando e se esfregando em mim eu n�o escreveria isso sobre a festa? Apenas ficaria me deliciando? Apenas sentindo o prazer? Est� me dizendo que esta � a melhor esp�cie de prazer? Que o prazer de conseguir uma gostosa � algo magn�fico? O prazer de estar com uma gostosa � sensacional?

�, � verdade. Pronto. Confessei. Mas e se eu disser que j� tenho uma gostosa e que essa gostosa est� em minhas m�os, j� � uma mestre em me servir, que me serve como ningu�m, e, al�m de tudo, tem muito mais do que seu corpo, que por sinal � belo. � �bvio que essas coisas como amor n�o � para esses primatas que v�o numa festa. O amor � coisa para poucos. � coisa para as pessoas cuja ess�ncia � uma ess�ncia especial, diferenciada, mais humana. Muito diferente desses bando de animaisinhos pe�onhentos que adoram ficar se esfregando um no outro. Transam com corpos e n�o com pessoas.

Sim! N�o passam de cadelas e c�es no cio! Meu Deus! S�o esses b�rbaros que constr�em o mundo! Se o neg�cio � o corpo, que sejam mais diretos: porque esses dementes n�o contratam prostitutas de luxo. Elas s�o muito bonitas mesmo, s�o charmosas, n�o d�o trabalho nenhum e ainda por cima, s�o limpinhas. Mas eu sei porque eles, digo, os primatas n�o as procuram. Porque eles n�o tem dinheiro para isso. As mulheres que est�o na festa s�o mais dif�ceis e portanto � mais glorioso para o bando de primatas que l� estavam presente conquist�-las.

O que eu estava fazendo na festa? Estava l� para conhecer as pessoas. Como? Como que eu conheci se n�o falei com nenhuma delas? Simples, fiquei olhando, se conversasse, a� sim, a� sim eu n�o conheceria. Fiquei lendo as caras, os gestos, o modo de se vestir, as poses e os sorrisos. N�o fui, � claro, para conhecer exatamente aquelas pessoas. Queria conhecer o ser humano e acabei descobrindo animais.

Tinha uma loira que tinha um corpo bonito, muito bonito mesmo. Usava uma cal�a branca colada, um cintinho, uma camisetinha colada e ficava andando para l� e para c�, com um ar meio de � De todas as meninas aqui presentes eu sou superior, pois sou a que mais pare�o com a Barbie. Sou, al�m disso, a mais gostosa daqui, a minha buceta � a buceta mais desejada.� Percebia-se claramente que sua buceta n�o estava molhadinha, apenas seu orgulho estava molhadinho. Mas um tempo depois chegou um cara bonito que sabia dan�ar bem, com uma cara de simp�tico, convidou-a para dan�ar, ela aceitou e mais um casal se formou, mais um esfrega - esfrega sem fim.

12:39 AM


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