!> !> Pulmão Cabeludo
Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.


























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Antigo blog do pulmao




























Pulmão Cabeludo
Alea jacus est
terça-feira, outubro 08, 2002
A rainha do pecado e o baralho dos cegos

Era uma vez uma mulher que era a rainha do pecado.
Pecava muito.
E seu pecado era uma esp�cie de loucura.
Uma loucura em que todos eram pecadores.
Mas a culpa se dilu�a na n�voa de uma falsidade art�stica.
Seguia o caminho das ondas como uma estrela do mar.
Cegava os olhos com suas pr�prias unhas.

E havia um homem que tinha opini�o para tudo.
E olhava para o lado e via muitas coisas.
E tantas coisas via. E tantas outras imaginava.
E amava quando amavam seus sonhos mais vol�teis.
Tinha metade poesia e metade realidade.

A m�sica lhe encantava.
O feiti�o lhe encantava.
A vida n�o lhe era hostil.

Outro sujeito girava sobre seus pr�prios olhos.
E via na carne sua maldi��o.
Via na carne seu pecado e seu erro.
E via poder sobre a carne podre.

No c�u, ao longe, espiava o urubu.
Ave risonha e f�tida.

Quando senti o seu fedor,
Num primeiro momento me enojei.
e cuspi poesia de lado.
E tranformei-me num xulo.
Te chamava de canto e te comia toda
Como uma cadela

Depois do amanhacer

Depois do anoitecer aparecer� cantando a madrugada
E passarada ir� piar
O Sol est� chegando
E com seus raios irei para longe
Voando pela ocura do espa�o

Mandando as estrelas tomarem no cu
Pois � cu o nosso Deus
Se � que Deus h�.

Para que tu me ofereces veneno?
Para ficar brega?
E te comer com meias soquetes?
E ser atormentado de baixo das nuvens
Por figurinhas verminais?

Por que senhor, um Augusto dos Anjos?
De anjo s� tinha o nome.
E n�o digo mais nada.
Calo-me aqui.
Pois voc� n�o merece.

Voc� merece pouca coisa.
Um pouco de feij�o
E um prazer de vez em quando.
E tua grandiosidade?
S� encontrou na paix�o?

O cara aqui de casa

O cara aqui da casa
Disse que me calasse
E fosse olhar para o c�u

Fui e n�o vi nada de mais
Vi algumas nuvens e um pouco de azul

- Ou! Para de girar sobre si mesmo! Vai se fuder gostoso!
Dar aquela boa metida e sair feliz, cantando por a�.
- N�o sei.... Meter com ela me deixava t�o bem. Com o esp�rito leve e juvenil.

- Vamos l�! Se entrega rapaz!
- Deixa ela fazer uma bela duma chupeta. E sai tranq�ilo. Ter bons sonhos no conforto da cama.
- Nunca recebi uma chupeta na vida. Recebi sexo oral. Feita com toda sabedoria da higiene.

- Ent�o voc� n�o sabe o que uma bela duma chupeta.
- O que � a chupeta?
- � uma coisa que agente aprende na inf�ncia, quando ainda � muito novo e aut�ntico.
- Como assim?
- Come�a no bico do seio e vai para o pequeno aparelho de borracha.
A mulher deve buscar nas profundezas do inconsciente a verdadeira arte.

O dia

O dia est� amarelo.
� essa luz que me ilumina.
E pulsa como um pus.

Cansei de escrever hier�glifos.

Olha aqui, o pinto do coelho n�o � grande, mas diz muito sobre todas aquelas mentiras que voc� me contou.

N�o que eu pense que n�o haja verdade alguma. N�o. Olha aqui! N�o tenho muito a dizer e j� estou de partida. Quero deixar um seja feliz para voc� e ir-me embora. Pois esse solo j� estragou. Minha semente n�o lhe serve mais. Mas embora minha mente trave de vez em quando, ainda assim continua funcionando. N�o funciona muito bem...voc� ta vendo. Mas � uma esp�cie de diabo que vive dentro de mim. E me comanda como um gato pintado. Vejo a sua cara. Cara de babaca. Algo quente e morno. Suado e vai tomar no cu. Vai tomar no cu.

O cu tem diamantes em seu interior. Basta entrar no cu e voc� ver� verdadeiras pedras cristalinas. Serei sempre eterno e existirei sempre. Sempre estarei a� ao seu lado. Fazer o qu�? N�o tem como fugir de mim. N�o adianta. E num certo dia, num certo lapso. Ah! Vadia! M�e natureza. Maezona universal. Coitado de n�s que j� somos predestinados desde a inf�ncia. Pobre coitado tu �s. Frente as leis maiores que nos ditam os caminhos. Conhecimento � liberdade. E s� quando ele n�o � liberdade, que ele � �dio. O esp�rito embosteado. E a grande luta contra o embosteamento.

Que todos voc�s v�o ao inferno.
N�o preciso de ningu�m.
Destilo dentro de mim mesmo meu pr�prio ouro e alimento.
E olho para o mundo com desd�m.
Ningu�m � t�o importante como eu.
E conhe�o os problemas que vou enfrentar
Sei desse papo que o outro � o eu que n�o sou eu
Mas tudo � meu e disso tenho certeza.


N�o sou daqueles que prefere se calar.
Olha aqui pessoal, eu n�o tenho nada para falar a voc�s. N�o posso dizer nada de importante e devo por isso me justificar. O m�ximo que posso fazer � escrever sobre situa��es em que voc�s se identifiquem.

Poderia dizer que tenho f�ria e lama nas minhas veias. Mas e da�?
- Grande bosta que tem f�ria e lama!
E tenho que confessar que � verdade

Grande bosta.

E assim, o que eu poderia fazer, poderia dizer que tem um c�u bem artificial na minha cabe�a. Mas o que posso fazer?

Meus amigos n�o gostam de ficar olhando o c�u.
Preferem beber cerveja.
T� certo. V�o beber cerveja.
Eu. Eu vou ver o c�u.
No primeiro momento ele nada me diz
Fica l� parado. In�til e besta.
� que o c�u � t�mido.
N�o quer dizer muita coisa n�o.
[Acha que n�o vale a pena dizer nada para voc�]
Prefere ficar na dele.
Mas voc� n�o desiste.
E fica l� no fundo do quintal a olhar para ele
Se quiser pode acenar com os bra�os
Da� alguns segundos voc� escutar� alguns murm�rios
Um balbuciar quase impercept�vel

Deixe os ouvidos atentos.
� um pequeno vento assobiando na orelha
Um vento muito calmo
E o sol ta morno e vai batendo suavemente na pele
{E eu estou do lado, vendo a cena}
E eu sou o Deus da est�ria e come�o a mijar nela.
Mais meu mijo � �gua cristalina e uma bela chuva que alicia os amantes

:
- N�o � dor o que voc� sente quando est� sendo penetrada
� prazer e nada mais que prazer
� carnaval
� alegria
� vida
� maldi��o

�A maldi��o est� dentro de n�s. Estamos pescando pequenas carpas em cima de uma baleia.�(p.13)

O inferno

O inferno s�o os outros?
O inferno � agente mesmo?

Existe um desconforto na loucura.
E o inferno � filha da rela��o de n�s com os outros e de n�s consigo mesmos.

O que � fazer boa companhia para si mesmo?
� ficar passando a m�o na pr�pria cabe�a?
Ou ficar batendo punheta?
Ou escutar uma m�sica dos Rollings Stones?

Digo apenas que muitas coisas acontecem por debaixo da m�scara
E debaixo da m�scara procuramos sempre ser cuidadosos
( Debaixo da m�scara � um espa�o de condensa��o de intimidade
Onde se acumulam devaneios.)
J� dizia o velho Bachelard

Agora queria que voc� estivesse aqui
E compartilhasse comigo este instante
Sinto-me t�o bem
Sinto as costas relaxadas
E sinto-me disposto ao amor

Ontem e hoje

Ontem nasceu o universo
Amanha morrer�
N�o somos eternos
E a vida � uma bolha
Vamos nos amar

E vamos esquecer o leitor, o juiz e o ladr�o
E vamos amar
Seu corpo � gostoso
E me faz sentir bem

Amo sua alma e seus pensamentos tortos
Perco-me em seus olhos
E esque�o de mim mesmo
Sou todo amor

Cada palavra tem um tato
E uso as palavras para te lamber quando sai do chuveiro
E te secar como faz um gato
Assim voc� ir� dormir com meu cheiro
E sonhar� que est� dando pra mim

Muito tempo atr�s havia um pitibul que vivia numa ilha. Ilhado de tudo e de todos, inclusive de si mesmo.
- Para.
- Como assim para.
- Voc� est� exagerando na indisciplina. Ta agindo como um retardado!
- Por que?
- Olha s�. Voc� gosta de sonhar e ter devaneios, certo!
- Certo.
- Mas voc� n�o consegue amar a si mesmo.
- Por que voc� pensa essa barbaridade!
- Porque aqueles que te conhecem, seus amigos e camaradas, n�o est�o muito preocupado com sua sa�de.
- Eles est�o sim. Mas o que isso tem a ver?
- Voc� j� pensou qual � seu objetivo na vida?
- Objetivo?
- Sim. Objetivo. Meta final.
- N�o com muita seriedade.
- Pois deveria. Como voc� consegue viver sem objetivos estruturais?
- � f�cil. Tenho pequenos objetivos localizados. Passar de ano. Sobreviver. Ganhar algum dinheiro.
- Falo de grandes objetivos. Tudo isso � passageiro.
- Mas eu me preocupo com o passageiro, com o ef�mero.

Eu outra vez

Neste instante cai no olho do escritor uma fagulha de algo qualquer. E a� mo�ada, um abra�o.
- Ah! Larga de ser falso!
- Falso o caralho.
- Chame-me de qualquer coisa, menos de falso.
- Como se deve escrever!? Como um of�cio. Um v�cio que n�o se pode mais largar. Uma escrita de respirar curto. Uma escrita qu�ntica. Que vem em pacotes de informa��o. Por que at� agora n�o uniram as leis do mundo subjetivo com as do objetivo?

- E a�, estou a fim de dar uma trepada com voc�.
- Hoje n�o. N�o posso. Quem sabe semana que vem.
- Ta bom. Espero que a vontade n�o passe at� l�.

Linda criatura, escrava sexual, puta potencial, mula inconstante. Queria te dar um abra�o e te dizer bom dia e ir comprar um p�o quentinho na padaria de manh�. E comer com a manteiga Avia��o. A manteiga derretendo no p�ozinho logo cedo, o mundo acordando e mais um dia de trabalho.

( O que o sujeito acima n�o sabia � que n�s que aqui estamos n�o conhecemos muito sobre ele. Dizem que ele tem vida pr�pria. Mas a sua mulher age na escurid�o. )

A conseq��ncia

A mente passa ser perturbada por dem�nios que n�o se calam, e ele fica escrevendo como um louco que nunca se para. Insano para todo tipo de atividade. Torce o nariz e vai correndo pelo mundo. Sobe montanhas. Desce ribanceiras. Atravessa p�ntanos. Dorme na cavena escura ao lado de in�meros morcegos e vai andando como um viajante estranho. Tudo lhe � novo e n�o se apega a ningu�m.

Cada encontro � o ultimo encontro.

Ele sabe que a viv�ncia gera picuinhas irremedi�veis. Pequenos atritos mi�dos. Pequenos vetores que apontam para o mal.

J� o andarilho nunca para. Ele n�o tem casa.
Um m�s aqui. Uma semana l�.

E tem os p�s calejados. E o cora��o aberto a tudo. E nem se chega j� est� se despedindo.
- Quer�amos que um certo viajante ficasse em nossa cidade conosco. Mas ele se foi. Ele n�o podia ficar.

E de fato t� tudo besta.

Quem tem o direito da propriedade? E quem n�o � corrupt�vel? Quem poderia abandonar um instante sem sentir nenhuma saudade dolorida como o diabo!

E o peregrino guarda a saudade no seu cora��o. Como os portugueses. Um povo da saudade. Da saudade do tempo em que Portugal foi a primeira pot�ncia mundial. Pouco antes da expuls�o dos judeus.

Estou puto com o Credicard. Primeiro ele chegou bonzinho dando presente. E em troca pediu que eu assinasse um pequeno papel. Coisa � toa. Um m�s depois o Credicar mandou congratula��es pois acabara de receber um cart�o. Hoje chegou a fatura. Daqui um ano, deverei milh�es ao Credicar. Triste vida!

12:36 AM


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