!> !> Pulmão Cabeludo
Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.


























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Pulmão Cabeludo
Alea jacus est
segunda-feira, dezembro 02, 2002
Viva a auto-sufici�ncia

Quantos escritores j� n�o escreveram obras imensas. Existem milh�es de livros. Milh�es de id�ias no papel! Mas, me pergunto, que livro pode exprimir o que � meter com uma mulher real? Que fic��o superar� a realidade? Vivemos em um mundo real e nada mais real do que o mundo. Mas, na realidade, n�o basta, de jeito nenhum, a realidade. A realidade � linda e tamb�m � feia. A realidade existe sim e a vida n�o � um sonho como querem alguns poetas amadores. N�o h� absolutamente nada para refletir naquela est�ria do s�bio chin�s que sonhou que era uma borboleta e, ao acordar, ficou em d�vida se n�o era uma borboleta sonhando que era um s�bio chin�s. N�o faz o menor sentido este pensamento: a verdade � que os sonhos nascem e morrem em uma �nica noite. Mas a vida, ao contr�rio persiste por v�rios dias. Muitos dias mesmos.

Concordo que a vida � m�gica. Concordo que a vida � xula. Concordo que todos os sabores pertencem � vida. Mas s� n�o concordo que a vida seja um sonho. Meu Deus! Ser� preciso dizer que h� certa perman�ncia do �eu�, que o �eu� tem uma certa const�ncia. N�o. N�o � preciso dizer tamanha obviedade. Mas � chegado a hora de mandar tomar no cu toda e qualquer obviedade. Deixemos o mundo do �bvio para as pessoas �bvias. N�s, n�s que n�o estamos atrelados a nada, n�s que flutuamos na realidade, na realidade da dor, na realidade do sangue, n�s, digo, n�s �vamos para frente por que para tr�s n�o d�. Vamos andando, andando, andando. Andando meio que voando, meio que sonhando, meio que dormindo, meio que atropelando. Sei que a maioria das coisas acontecem antes que n�s as fa�amos, tal como disse Kafka, aquele ser magro que uma vez pensou que era uma barata, ou melhor, que fingiu ser uma barata. Todo escritor, para escrever o que quer que seja, sobretudo se o autor escrever em primeira pessoa, � obrigado a encarnar algu�m, tem que tentar enxergar com olhos que n�o s�o exatamente os seus. Para ser mais exato: o artista pega uma parte de si mesmo, distorce, aumenta e a alimenta, at� que essa parte fique gorda e forte. Ent�o o artista usa este dem�nio que existia dentro de si, faz um pacto com estes fantasmas que o atormentam, com este seu lado insano, que tem fome de express�o, usa sua for�a - esta doen�a da alma tem muita for�a, ela impele-o a se expressar, � t�o imposs�vel para ele reter a efervesc�ncia interior quanto reter o v�mito ou a diarr�ia. Sim, o que h� dentro dele deve ser expelido, o veneno deve sair de sua mente para ser depositado no papel.

Esta � a descri��o do artista amaldi�oado, a maioria deles. Artistas que n�o passam de estere�tipos rid�culos, t�o infames ao grau de enrolar uma tampa de privada em um cobertor e dizer que � uma obra de arte. �s vezes, por�m, essa esp�cie de artista aprende a destilar o veneno, transformando a b�lis e a paran�ia em algo visivelmente belo.

�Mas sempre, sempre, arte nenhuma, livro er�tico nenhum, substituir� uma bela metida.�

O que eu disse anteriormente � uma atrocidade. A melhor coisa na vida � a independ�ncia, � a auto-sufici�ncia. O que quero dizer � que a �nica forma de se atingir a liberdade � a punheta. � isso mesmo. Uma boa punheta � melhor que qualquer mulher. N�o tenham medo, meus amigos, batam punheta! Qual � a pessoa que mais amamos? Ora, n�o est� mais do que claro que esta pessoa somos n�s mesmos. Portanto, nada mais sensato do que fazer sexo com n�s mesmos. Necessitar de mulher � coisa de d�bil mental. Para qu� tanto trabalho para catar mulher se podemos fazer tudo com as nossas pr�prias m�os, no nosso pr�prio ritmo, quanto tempo quisermos? N�o faz o menor sentido ficar com mulher nenhuma, seja l� qual for essa mulher, bonita ou n�o. Para conquistar o cora��o de uma mina, uma mulher, uma mo�a, uma gostosa, somos obrigados a fingir que n�o somos n�s mesmos. Como conseq��ncia - dessa atrocidade para com n�s mesmos, para com nossa honra - perdemos nossa alma, perdemos nossa liberdade, somos humilhados por uma buceta, passamos a ser meros escravos de uma bunda feminina, de um corpo feminino. Escravos de uma luxuria mal canalizada, que faz sentirmos mais tes�o em uma mera mulher que em n�s mesmo. Isto � rid�culo para n�s que somos potencialmente t�o auto-suficientes. Batam punheta! Sejam, pelo menos nesse aspecto, inteligentes. Vamos todos bater punheta! Vamos todos juntos mandar Darwin se foder. Que transmiss�o de gen o caralho!

O tempo gasto indo atr�s de mulher � um tempo absurdo: quantas coisas melhores n�o poderiam ser feitas nesse tempo? Quantas, meu Deus, quantas? O pior � que todos os homens querem mo�as bonitas, querem aquelas que s�o as mais gostosas. Batem punheta pensando nestas mulheres. Mas isso � um absurdo! O homem deve aprender a bater punheta em frente ao espelho, olhando para si e sentido tes�o apenas em si mesmo. S� assim a humanidade ser� feliz. Fazer sexo. Necessidade de se transar com um sexo oposto. Quanta fraqueza de esp�rito! Mas o pior ocorre no caso dos homens, que procuram e casam com suas mulheres apenas pela beleza, estes s�o os mais jumentos: n�o sa�ram da idade das cavernas. A mulher, pelo menos, a mulher comum, busca o homem por dinheiro e n�o por beleza. Esta hist�ria de corpo masculino bonito faz qualquer mulher rir. Quem gosta de homem bonito � veado. Isto acontece porque um dia o veado j� foi homem e quem mais se preocupa com esta est�ria de corpo � homem, ou ex-homem.

O que proponho, amigos, � que simplesmente saiamos da barb�rie. Paremos com essa est�ria no m�nimo absurda que o homem � um animal e, portanto, quer passar seus gens �s mulheres com corpos belos que podem gerar bons filhos. Isto n�o passa de chav�o bobo. Isso � uma verdadeira ingenuidade, isto � a mais pura loucura moderna: colocar o homem outra vez ao lado dos animais irracionais. Isso � coisa do pov�o. Estes sim. Estes s�o realmente animais, animais em tudo, na forma de pensar, na forma de agir. Mas n�s, os humanos, j� passamos pelo iluminismo j� faz muito tempo. Somos homens racionais e sabemos que esta palha�ada de dizer que somos animais � no m�nimo pura idiossincrasia de algumas topeiras.

Quem aqui j� amou sabe melhor que ningu�m que nenhum amor substitui uma bela punheta, feita num dia de Sol, dentro de um belo rio. Apenas n�s, o belo rio, os peixes e a punheta. Este dia ser� o dia perfeito: o homem em paz consigo mesmo; o homem que n�o precisa de ningu�m a n�o ser a si mesmo. Viva a punheta, nossa salvadora!

6:52 PM


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