Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.
Adoro ir � fazenda. L� as coisas funcionam de verdade. L� encontramos a verdade crua, a verdade da carne. O melhor de tudo � o estado de esp�rito que a fazenda gera na gente, coisa dif�cil de descrever. Sinto-me mais humano, mais verdadeiro comigo mesmo, mais justo, em suma: mais belo.
A rotina de acordar um pouco antes do Sol nascer e ir ao curral para tirar leite, sentindo o frescor da ar �mido e puro da madrugada, traz um bem estar deleitoso. Depois coloca-se a r�dea nos cavalos para trabalhar no pasto, ver se a boiada est� bonita e gorda e cabicera.
Estar em cima de um cavalo olhando toda aquela boiada mostra ao nosso sentimento o lugar do homem perante a natureza, algo como mijar de peito estufado nos p�s de uma �rvore.
De tarde, o corpo exaurido pelo trabalho bruto repousa na rede da varanda, enquanto mo�a bonita, de generosos seios, faz gostosas car�cias nos cabelos. E Sol vai se pondo molemente, bem de mansinho, ao longe, no meio do pasto. A noite chega e o sono � doce. O verdadeiro sono dos justos.