!> !> Pulmão Cabeludo
Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.


























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Pulmão Cabeludo
Alea jacus est
segunda-feira, fevereiro 10, 2003

Jet-Ski e a imortalidade da alma

Abro um blog e dou de cara com a seguinte frase: �Quem andou de jet-ski jamais far� contribui��o alguma para a humanidade�. No mesmo instante minha consci�ncia faz corriqueira visita ao arquivo de minha mem�ria e, para seu espanto, l� encontra a prova do crime, a seguinte imagem: eu andando de jet-ski, no maior g�s, jogando para tr�s de mim jatos de �gua, o vento forte batendo no meu corpo, e uma gostosa de biqu�ni me esperando na borda do rio, enquanto o Sol, este privilegiado, acaricia com seus dedos luminosos, as curvas da morena. Bom, a parte da mulher me esperando de biqu�ni n�o passa de marmelada. Mas a parte do jet-ski � verdade.

Logo, devo admitir com um certo amargor entalado na garganta: n�o contribuirei em nada � humanidade, pois andei de jet-ski. E, isso, saibam, me incomoda profundamente. Aqueles que me conhecem, sabem que desde bambino sou acompanhado de um monstruoso sentimento, o de que nasci para fazer contribui��es � humanidade. Todo dia, por exemplo, assim que acordo, a primeira coisa que penso ao abrir os olhos, ou at� mesmo antes de abri-los, �: �Como irei contribuir para a humanidade?�

E agora, meus amigos, o que eu fa�o? - se pudesse juro por tudo quanto � mais sagrado que apagaria de meu passado aqueles momentos malditos de alegria descompromissada, ing�nua, naif mesmo, em que eu, um moleque que na inconseq��ncia dos dezessete anos, andava todo feliz de jet-ski e apenas achava �massa�. O melhor seria ter pegado minha barra-forte e zarpado diante da vis�o deste objeto esp�rio, o jet-ski.

Talvez simplesmente n�o tenha entendido a afirma��o contida em tal blog. � bem prov�vel que o que autor queira dizer � seguinte. O jet-ski, por ser dotado do predicado da extens�o, influencia atrav�s da gl�ndula pineal, o cogitus daquele o usufrui, tornando-o, com efeito, incapaz de qualquer contribui��o � humanidade.

Para mim, foi um golpe duro de aceitar. Para aqueles que nunca andaram, um aviso apenas: fiquem espertos, lembrem-se do Collor andando e fazendo o V de vit�ria com os dedos. De fato, se esse governo fosse s�rio, teria colocado por escrito, ao exemplo dos cigarros, o tal alerta, em letras garrafais, para que o cliente esteja c�nscio daquilo em que est� mexendo.

O fato � que, para mim, � tarde. N�o me resta muita coisa a fazer. Talvez bata um papo com minha amiga macumbeira, para ver se existe um �trabalho� que me liberte deste cruel fado. Se voc�s querem saber bem a verdade, confesso, estou desesperado. Para se ter uma id�ia do grau de minha lam�ria, digo apenas que, ap�s a leitura, fiquei sendo assediado, de minuto em minuto, pelo prel�dio de um perigoso pensamento: o de me enforcar no p� de melancia.

Devo comentar que o blog que me serviu de inspira��o a este post � um bom blog. V�rias coisas interessantes podem ser observadas em seu interior

6:08 PM


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