Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.
O movimento do pensamento inteligente � dial�tico, j� a do pensamento burro � diet�tico. Sem oposi��o, nada de valor se constr�i. Por�m, antes de se elaborar a ant�tese, faz-se necess�rio o dom�nio da tese. � o que falta aos jovens, que criticam aquilo que n�o conhecem, como cegos loucos tacando pedras em alvos por eles alucinados.
Infelizmente, poucos escapam da adolesc�ncia, ao menos do ponto de vista intelectual. Se muito poucos sabem se expressar, muito menos sabem discutir sem aquela supeita secreta de origem grega que o que discorda quer, no fundo, comer o seu rabo. E isso � uma pena.
Tem gente que se apega �s suas id�ias (que n�o maioria das vezes nem s�o pr�prias) com uma m�e se apega aos filhos verdadeiros. O probelma n�o reside no amor em si, mas no fato deste amor impedir a percep��o dos pr�prios filhos e de seus defeitos. N�o � � toa, portanto, que encontramos tantas id�ias maconhadas cujas m�es fingem n�o ver.
L�gico que n�o h� mal algum em se apegar �s id�ias que se tem, pelo contr�rio, � at� importante para que o pensamento n�o se perca na labirinto d�vida est�ril. O amor por uma id�ia pode trazer em seu benef�cio cada vez mais argumentos, mais robustos e mais s�lidos, na medida em que as perguntas s�o cada vez melhores. Einstein, � �poca, acabou ajudando o fortalecimento das novas hip�teses da qu�ntica. Este mesmo exemplo serve para que n�o fique esquecido que s�ntese n�o � necess�ria, mas eventual.
Se n�o fosse pelo amor ao conceito, ainda mais quando se trata de conceitos que acalentam o cora��o, a teologia estaria perdida. De fato, � medida que a ci�ncia vai evoluindo, mais os padres e te�logos v�o rebolando para sustentar, sem apelar a f� infantil, a exist�ncia do Bitelo.
A inexist�ncia do Bitelo n�o implica na aus�ncia de uma por��o n�o biol�gica do homem. Assim como a exist�ncia do Bitelo n�o garante a exist�ncia da alma. Deve se acrescentar tamb�m que a veracidade da hip�tese de exist�ncia de uma parte do homem irredut�vel � f�sica ou a biologia n�o quer dizer que a alma, tal como apresentada pelos crist�os e esp�ritas exista.