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Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.


























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Pulmão Cabeludo
Alea jacus est
quinta-feira, setembro 04, 2003
American Pie

Estou de volta ao tablado dos blogs. E já estou par da nova onda. Do novo estilo que se esboça em páginas e páginas da mais pura alegria. Gabolice? Não, tô fora.


Antonio Damasio, comparsa de Oliver Sacks, analisa em seu livro "O Erro de Descartes" a relação entre emoção, razão, corpo, cérebro. Aos poucos ele vai descobrindo, através dos novos avanços sobre o conhecimento do cérebro, coisas o que os chineses já concluiram cinco mil anos atrás, e que Machado já martelava nos fins do séc. XIX. Os sentimentos se originam a partir da leitura que o cérebro faz dos estados do corpo. O cérebro recebe informações do corpo através substâncias químicas no sangue, e das vias neurais relativas a porção visceral e músculo esquelética.

A teoria de Damasio seria, portanto, uma complexificação da concepção de Willian James, cujas intuições psicológicas só teriam par, segundo o autor, em Freud e Sheakeaspere. Em suma, todo sentimento está ligado ao corpo. A depressão, por exemplo, pode afetar o sistema imunológico da pele, formando feridas purulentas que podem levar ao câncer. E a paixão está associada à elevação, no sangue, da quantidade de uma substância de nome, se não me engano, oxitina. A produção de oxitina aumenta estrondosamente quando você passa o dia inteiro embiroscado com o seu parceiro, cheio das fuinhas e dos futruques.

Mas deve-se fazer justiça, a medicina chinesa, embora menos compacta que a teoria e Damásio, vai muito mais longe do que neurofilo português. A medicina chinesa relaciona com facilidade aspectos tão dispares da realidade, que chegam a causar vertigem: como o horário do dia, o órgão do corpo, o sentimento, o alimento e o clima, e talvez até a cor do ônibus. Isso, na medida em que enquadra todos esses elementos em categorias metafísicas comuns, originárias da díade Yin –Yang. Assemelham-se muito as ditas cosmogonias intuitivas do ocidente, com a diferença de serem cinco em vez de quatro. Metal, Ferro, Madeira, Água e Fogo.

A vantagem é que são categorias amplas suficientes para abarcar qualquer aspecto da existência, permitindo uma análise intricada da dinâmica do relacionamento de todas as coisas com todas as coisas, para além de uma causalidade linear, como o é a psicossomática: a depressão causando estragos no corpo. Simplista demais para um Chinês, que vê no bom funcionamento do estômago o outro lado da paciência e no bom funcionamento do fígado uma das faces da criatividade.

1:13 AM


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