Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.
terça-feira, outubro 14, 2003 Um grande poeta desconhecido
Um poeta brasileiro muito desconhecido, um certo Roberto Oliveira, teceu algumas poesias exaltando a classe média brasileira, para o espanto dos críticos e intelecutais, e o assombro dos ricos.
Ah! Classe média, quanto conforto em seu seio!
Churrasco de picanha, escola particular.
Bons filmes na locadora.
Água potável, medicina.
Dentes brancos,
Sabadão sorrindo
Digestão domingo.
Alguns especialista apontaram, com certo alarde, para o carater corrosivo, bomba atômica social. Nada mais despropositado, descabido. Quem já ouviu falar de Roberto Oliveira sabe que ele é homem tranqüilo, embora tenha pretações e contas a pagar. Mas sempre o temos sorrindo para a vida, cantando a classe média, que no fundo é um cantar a si mesmo.
A poesia não é sua fonte de renda. Tece versos com amor, um amor classe média, de alguém que não esbanja nem vive na miséria. Mentira dizer que ele luta para ser rico. Prefere esperar, se algum dia acontecer: "Que bom!" Diria ele. Mas não se pode falar muito de um poeta, melhor lê-lo. Só assim poderemos compreender que a classe média tem um arauto, um profeta, um homem simples. Ouvi dizer que é bom cozinheiro e que tem uma filha linda.