Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.
O vôo do pássaro é um mergulhar do peixe no azul. Não há cebolas. O ar, infinito catarro, senta na montanha esperando a aurora dos mundos.
Cores líquidas fazendo pluf. Milhares de estrelas sorrindo. Trilhões de estrelas emanando luz. E o universo sendo entendido como matriz.
E o universo sendo espremido, reduzido a todo tipo de sistema. A crença básica da sistematização do universo.
Pare. Olhe atrás da parede. Há um palhaço a sorrir. Ele está agachado e tem os dentes podres. Segura um cotonete nas mãos. Mantém os olhos apertados. E só canta opa opa. O pior é que usa batom esparramado em forma de elipse em volta da bocarra. Aquele batom vermelho que só o Diabo gosta. Aquela coisa feia com nariz de palhaço e peruca com careca forçada. O mais estúpido e vil de todos os palhaços. O palhaço cansado, com pôneis lambendo-lhes a cara. O palhaço não percebe que há muitas formigas por toda à parte. Ele está atrás do sítio, ele está atrás do muro. Ele está imoral, inaceitável e inegavelmente vivo.