Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.
Ao longo da minha vida, pouquíssimos foram os livros nos quais cheguei à última página, uns quatro no máximo. Não sei o que acontece ao certo. Às vez o livro chega a me empolgar, fico curioso para saber o que vai acontecer, mas é tarde, tenho sono, deixo ao canto da mesa e sei lá porque, três meses depois vejo o livro, em cima da mesa, acenando para mim, lembro-me que não cheguei ao fim.
Li a primeira metade de Memórias Póstumas. Seis anos depois resolvi reler o livro, parei na metade. Alguns anos depois consegui terminar o livro. O último cápitulo é um dos melhores últimos capítulos entre os quatro últimos capítulos que já li.
Irmãos Karamazov é um dos poucos livros que terminei. O livro é grande demais para não ser terminado. Além diso tem o fato que quando eu não termino o livro, tenho a sensação de que ele me promete algo, como se o livro olhasse para mim, e ser olhado por aquela russaiada (mistura de mexicano com alemão) tiraria-me o sono.
Sim. Tem gente que insiste escrever em um tempo onde não já não há leitores. E tem gente capaz olhar de uma maneira diferente a este mundo em que vivemos, e, sem alarde, contar a velha estória de uma maneira diferente, hips de metrô, chocolates no quintal, pique-pega escola, video-game, deus-barbie.
Falar de coisas que viveu, porque essas são as coisas que mais conhece. Há escritores capazes de amar suas personagens. Machado de Assis não amava suas personagens.
Aliás, o Jardim dos Rinocerontes está bem bom, me diverti um bocado. Agradeço pelos livros.
2:06 AM