!> !> Pulmão Cabeludo
Um ser que participa do Todo e tem saudade do tempo que não foi, mas sabe que um dia nele irá se desmanchar, e flutuar. Porquanto participo da sopa divina.


























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Antigo blog do pulmao




























Pulmão Cabeludo
Alea jacus est
quarta-feira, novembro 27, 2002
Os arredores

Ontem andei pelos arredores do mundo e vi, no pico da montanha, um ser que conversava com o pr�prio cu [cu-versava]

O ser sorri ao tato.
E o tatu, ao gato.


10:15 PM



Bunda
9:41 PM


sábado, novembro 23, 2002
Pedrinho.

N�o aguento mais. Juro que se escutar qualquer coisa sobre o Pedrinho, vomito.

7:19 PM



Homenagem a Raul e a Agostinho

Quando era crian�a me perguntava o que era o tempo passado presente e futuro.
Com quinze anos descobri. Foi numa m�sica de Raul.

"O hoje � apenas um furo no futuro, por onde o passado come�a a jorrar".

Quanto ao tempo, foi s� mais tarde, com Santo Agostinho:

"O tempo � a dilata��o da alma".

Assim, agrade�o muito a essas duas figuras. Agora eu sei.

7:15 PM



Esquecer

Gostaria de ter um bot�o de delete na consci�ncia para apagar minhas lembran�as. Afinal, o pior n�o � fazer cagada, o pior � se lembrar delas.

Mais j� dizia o charlat�o de Viena. Esquecer � muito dif�cil. Muito mesmo. E � por n�o conseguirmos esquecer que somos assim- bu�anha - t�o neur�ticos.

" Bu�anha". T� a� uma bela palavra. Posso at� imaginar:

- E a� gostosa, posso comer sua bu�anha?
- Opa, minha bu�anha � toda sua.

7:09 PM



Po�tica

Estou numa fase po�tica. N�o me perguntem o que isso significa, n�o saberia explicar melhor. Leio poemas e me divirto. E isso basta.

Tamb�m escrevo poemas e me divirto.

Assim, n�o quero expressar aqui minhas an�lises pol�ticas e filos�ficas.

� minha gente! Divertir � coisa muito importante!

N�o, acho que disse merda, n�o � tanto assim.

Sobreviver � mais importante. N�o � verdade Jo�o? Ou n�o foi voc� que me disse que divertir n�o passa de mais um luxo burgu�s.

7:03 PM



Quantas vezes

Quantas vezes ser� preciso dizer que a inten��o de ser n�o faz o ser. � camarada. Muitos ainda vivem na inten��o, e dela s�o escravos.

� por isso que, para que os planos saiam do papel e se concretizem, s�o necess�rios n�o apenas sonhos e engenhos, mas de pedreiros.

E que n�o seja esquecido: h� v�rias esp�cies de pedreiros. Na vida conheci muitos.Tem uns que s�o calmos e caprichosos, outros que s�o afobados e nem sequer reparam que a boa mistura de cal e cimento � fator crucial para uma casa s�lida.

E esse � ponto: de casa s�lida todo mundo gosta, mas de ser pedreiro e suar em bicas debaixo de um Sol escaldade - a� todos retiram o corpo. E eu sou o primeiro, dada minha origem europeia.

Palha�ada n�?

E isso � li��o de moral mesmo.

Quer dizer, temos de ser caprichosos. Sei que � dif�cil, j� diz o ditado: "Quem capricha vira bicha."

Caramba! Mas n�o necessariamente. E enfatizo isso. N�o necessariamente.

Cerca de dois anos atr�s conheci um japon�s. Tudo que fazia, fazia para ser o melhor. Toda vez que encontrava algu�m que fazia melhor, abandonava a atividade. No fim, sobrou-lhe duas coisas nas quais era insuper�vel: jogar pac-man e resover equa��es de um tipo muito espec�fico, muito mesmo.

Isso n�o � vida!

6:48 PM


sexta-feira, novembro 22, 2002
A dimens�o corp�rea me assusta.
A plasm�tica tamb�m.

1:48 AM



Uma certa dose de fanatismo de vez em quando � bom pra garganta seca. Alguns antigos n�meros de barro encotrados na �ndia foram encomendados para o Nepal recentemente.
Abre um furo na mem�ria:
Yin e Yang.
Princ�pios c�smicos e irrefut�veis,
Transcende qualquer verdade,
Imut�vel. Incolor. Irredut�vel,
Pertence a outra dimens�o.
Uma dimens�o paralela onde tudo � transfigurado,
Em seus elementos simples.
Pequenos �tomos de consci�ncia de perfei��o divina,
Flutando como inc�lumes bolhas plasm�tico-on�ricas no espa�o infinito de meu desejo,
Retumbando como canh�es surdos que faz ressoar a caixa tor�xica.


1:44 AM



Di�logo: ultra-moderno
Estilo: caipirerudito.

- Como � que voc� vai?
- Projetando muito.
- Que bom. E voc�?
- Introjetando muito.
- Introjetando o qu�?
- Balas, figurinhas, bocas, cadeias.
- Ah! Que legal!
- Super divertido.
- E o universo simb�lico?
- Difuso.
- Puxa vida hein! Difuso! Quem diria! Logo voc� que era t�o...t�o...sei l�? Quem poderia imaginar, voc� fazendo esse tipo de coisas.
- Mas como � que est� a estrutura do universo simb�lico?
- Boa. S�lida. Cobi�osa.
- Assim que � b�o.
- E o campo de sentido. Germinou esse ano? Foi boa a colheita?
- T� que t� uma beleza. Precisa v�.
- Que b�o.




1:19 AM



Obi. Obi.


Meu Deus! Que F�ria! Ui!

Ai-ai-ai
Ui-Ui-Ui.

Quanta f�ria? Hein!

- Virge Maria Deus L�ca. Cum� que pode cumpade?
- Jesus nosso sinh�!

Desse jeito vou acabar escrevendo canhotices. E de canhotice j� chega o nosso vizinho.

Se algum dia me perdi numa nunvem de palavras vazias de qualquer conte�do l�gico, n�o foi por acaso.

N�o.

Se algum dia escrevi de modo matem�tico. R�boticos, sem ritm�mico.

Quero que junte todos v�s, enfileirados, em um dia estilo "lado para o outro", louvando a gra�a de Deus! Ui-ui! Deus � uma gracinha.

Mais bonito que �gua de c�co em dia praia.

Amo os dia de praia, em que o sol bate sobre minha pele �spera. Amo o sol e sua beleza dura, vejo formas variadas nas nuvens, que viajam fofas pelo espa�o. At� que berra gigantesca figura amorfa.Uma almofada gigante vagando pelos c�us de Marte. Imenso supl�cio indescrit�vel. Um guarda coco enferrujado, cheio de punugens e amizadas esquecidas, que se apagaram em movimento fade-in dentro de um esp�rito �mido.

I love you Baby baby!

Flolorol�.

1:08 AM



Por onde anda o pensamento.

Vem c�. E se algum dia descobrissem a melhor maneira de se pensar. Eu? Deixaria de lado a forma atual e adotaria sem demora a novidade, como um novo chips de melhor qualidade. Voc� tira do cabide a alma a antiga e a troca por uma novinha em folha, bem disposta e jubilosa.

Essa coisa de pensamento n�o � brincadeira n�o. Deixa agente louco. De costume, penso em coisas cotidianas, no fatos corriqueiros e asquerosos: no que eu vou fazer na seq��ncia, nos problemas de um pouco adiantes, na gasolina que t� acabando, no trabalho de faculdade que tenho que Devo entregar. Penso tamb�m em �coisas emocionais�. Sou um para-choque de emo��es. Muitas vezes, em h�bris, surpreendi-me com palavras desmedidas que escaparam impunemente da minha l�ngua.


De vez em quando, muito de vez em quando, fico pensando nas boas e belas coisas do mundo. S� muito de vez em quando penso nas minhas conquistas. Mas isso � raro. Muito raro... Acho que � porque o ser humano, como nos lembra Schopenhauer, costuma fixar sua aten��o nos pontos dolorosos, ou talvez, porque eu tenha poucas conquistas mesmo.

Na maioria das vezes quando algum colega otimista vem em meu aux�lio, chamando-me a aten��o aos pequenos detalhes gostosos da vida, tal como cheirar flores, digo pausada e naturalmente que prefiro carne mijada.

Quem n�o percebeu ainda, que perceba. N�o te culpo nem vou te punir por n�o perceber. Afinal voc� � voc�, oras bolas. Al�m do mais eu te conhe�o de longa data: n�o ir�amos brigar por algo t�o besta.

O fato � que quando digo �carne mijada�, digo apenas pelo efeito que isto produz. Para tanto, sacrifico o conte�do do post, tamb�m a linearidade do post e sem contar a consist�ncia do post. Como se n�o bastasse, ainda por cima sujo o post, degrado o post.

Se voc�s me conhecessem melhor n�o ficariam espantados com isso. Basta lembrar-lhes que passei alguns meses gritando com um saco de lixo. Tentava a todo custo encher sua cabe�a de id�ias, preencher seu vazio interior com palavras doces e amargas...

12:17 AM


terça-feira, novembro 12, 2002
Casa nova, nome novo, vida velha

Come�ando pela mudan�a de mim comigo mesmo, de S�vio para Jo�o,
Agora mudo meu template.
Mais tarde mudarei tamb�m, seguindo o exemplo de meus conhecidos, o sexo.
Quem sabe assim finalmente comece a brotar cabelos no pulm�o.

Este template, que j� foi habitado por celebridades como D.R.G, merece uma certa dose de respeito.
Portanto, espero n�o cagar na gaveta, nem limpar na cortina.
Al�m disso, o espa�o para o texto � mais comprimido.
Comprimindo, ainda que a for�a, minha proliquicidade.


11:21 AM


domingo, novembro 10, 2002
L� vamos divertir a valer,
Amar e morrer.

10:08 PM



Oco

Abriu a porta e entrou com o passo lento. O que tem do outro lado? N�o se sabe.
V� um quarto, vazio, fechado, oco. Olha para tr�s.
Porta n�o h� mais.
Resta apenas a si mesmo. Trancado, enclausurado, neste quarto fechado.
Seus tijolos s�o maci�os. Gigantescos blocos de pedra cinza indiferentes � qualquer dor.
Luz? Luz n�o h�.
�gua?
A sede n�o � capaz de parar seu cora��o.
O olho?
Seu olho n�o v�.
Sobrou apenas.
Produto de uma escolha errada.
Resultado de um passo errado, de impensada ousadia. Um passo que nunca deveria ter dado.
�s vezes, arremessa a cabe�a contra a parede, para ver se amansa o desespero.
Ele, que nunca foi louco, est� mais perto da loucura.
Id�ias insanas misturam ao sangue j� coagulado de sua testa.
O quarto � pequeno. N�o h� ar.
Porque tanta maldade?
N�o � maldade. � indiferen�a.

9:59 PM



No in�cio era o verbo


"No in�cio era o verbo" n�o tem um qu� de platonismo. Como se a id�ia viesse antes da mat�ria. N�o sei. Sei que temos um mundo interior, e nele podemos encontrar verdaderas del�cias.

2:30 AM



� duro ser sincero

� duro ser sincero. Realmente � uma frase batida. Mas somos obrigados aceitar que tem um monte de frase muito batida mas muito verdadeiras. Esta � uma delas. Um universit�rio muitas vezes tem vergonha de n�o ser original. Mas depois de que li um pouco de Arist�teles, cada dia me importa menos a minha falta de originalidade. Essa coisa de querer ser original � um mal que os pequenos burgueses do romantismo inventaram e pegou. O amor pela originalidade � mais um dos produtos da exalta��o desmedida do individulismo e da subjetividade.

Assim, todo dia, fa�o o exerc�cio de me tratar por Jo�o, isto �, converso comigo como se eu n�o me chamasse S�vio, mas Jo�o.

2:19 AM



Do preconceito

Um dos conceitos mais interessantes da psican�lise � o de proje��o e introje��o. Desses dois conceitos derivam muitos outros. Que tenhamos certeza, projetamos e introjetamos muito. Quando conversamos com uma pessoa pela primeira vez, necessariamente temos que projetar muito, isto �, exige um certo preconceito.

E idiota os que dizem que o preconceito � uma mal em si. O preconceito � necess�rio para que possamos viver. Mas o preconceito inicial em rela��o �s coisas e �s pessoas deve, a medida em que conhecemos melhor, ir se diluindo, caso tenhamos os olhos abertos.

Mas tem muita gente que se nega a ver as pessoas como elas s�o. Querem for�ar as pessoas serem como elas querem que elas sejam. Estas pessoas lan�am para o mundo um olhar de medusa, que petrifica aquilo que v�. Para estas vale o ditado. A primeira impress�o � a que fica.

2:11 AM



censurado
1:55 AM



Cabelud�o

� estranho para mim escrever neste blog em s� consci�ncia. Sofro alguns males que n�o me permitem dar vaz�o ao que sinto. Mas, assim como quando a chuva enche a tubula��o de esgoto, fazendo a �gua sair pelos bueiros, assim escrevo de vez em quando neste blog.

A Colorina me disse pessoalmente que toda vez que entra em seu blog, sente vontade de escrever sobre o Lula. Eu n�o. N�o sinto vontade de escrever sobre nenhum homem barbudo que n�o Arist�teles. Mas, atualmente, n�o detenho o foco de minha aten��o sobre o problema da subst�ncia, nem da coisa em si.

Mas ent�o: o que te interessa, S�vio? Resposta: coisas realmente importantes para o bem estar da vida, como Buda C�smico, a quem n�o canso de agradecer por todo o bem que fez e ainda faz pela d�bil humanidade, destruindo, com suas setas de amor, os meteoros dos alien�genas de Plut�o e Saturno, e principalmente Plut�o, planeta frio e distante.

1:15 AM



A m�quina de comparar.

Era uma vez um amigo que era uma m�quina de comparar. Comparava tudo com tudo. Conseguia comparar coisas que uma intelig�ncia ordin�ria consideraria imposs�veis de compara��o. E suas compara��es eram impressionantemente boas. Sabia encontrar entre as coisas comparadas o que havia de igual e diferente entre si. Adorava descobrir o que havia em comum e o que havia de diferente. Mesmo objetos aparentemente id�nticos eram comparados por ele, e, via de regra, encontrava diferen�as extraordin�rias.

1:09 AM


domingo, novembro 03, 2002
Montaigne

N�o sei onde ouvi dizer que, depois de Nietzsche, Montaigne � o fil�sofo que mais usa o pronome "eu". Realmente, seguindo o bons conselhos de Radamanto, resolvi dar uma olhada em Montaigne. Destaca-se dois ensaios. Em primeiro lugar o sobre a Morte. Em segundo um que trata da Imagina��o. Sobre a morte, foi um dos melhores ensaios que j� li sobre o assunto. Se n�o me engano, este ensaio mudou minha vida. Montaigne diz que nunca houve homem na terra que tenha pensado mais na morte do que ele. Pensava a cada hora. At� que aos trinta e nove anos j� n�o tinha o menor medo. Talvez seja um processo semelhante quando repetimos uma palavra at� ela perder o sentido. N�o sei. Sei que o ensaio � muito bom.


5:11 PM


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